O papa Francisco rezou para que o exemplo de fidelidade de dez novas beatas polonesas leve os cristãos “a dar testemunho do Evangelho com coragem”, ao final da oração do Ângelus ontem (12).

"Ontem em Breslávia, Polônia, foram beatificadas a irmã Pasqualina Jahn e nove irmãs mártires, da Congregação das Irmãs de Santa Isabel, assassinadas no final da Segunda Guerra Mundial num contexto hostil à fé cristã" durante a ocupação da Polônia pela União Soviética, disse o papa. As freiras morreram como mártires por defenderem sua castidade diante dos soldados invasores.

A beatificação, celebrada pelo prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, ocorreu na sexta-feira (11) na catedral de São João Batista em Breslávia.

Durante a missa, o cardeal Semeraro reconheceu o martírio dessas mulheres por ódio à fé ocorrido em 1945 e pronunciou os nomes das dez novas beatas, acrescentando uma frase a cada uma delas: Paschalis Jahn, "com um coração cheio de amor"; Melusja Rybka, "mulher forte"; Edelburgis Kubitzki, "exemplo de pobreza evangélica"; Adela Schramm, "virgem prudente"; Acutina Goldberg, "amante da justiça"; Adelheidis Töpfer, "modelo de fé"; Felicitas Ellmerer, "obediente até o fim"; Sabina Thienel, "com um olhar cheio de confiança"; Rosaria Schilling, "fortalecida pela penitência"; e Sapientia Heymann, "virgem sábia".

Além do martírio, o enviado papal destacou que toda a vida dessas mulheres foi "um verdadeiro dom de si mesmas a serviço dos doentes, dos pequenos, dos pobres, dos frágeis" e destacou sua "caridade abnegada e heroica" que as levou a permanecer em Breslávia durante a invasão soviética.

"Seu martírio nos faz pensar nas circunstâncias em que vivemos hoje, na Europa do século XXI. São circunstâncias em que, diante de cenas de violência perpetrada, de crueldade feroz, de ódio injustificado, sentimos a necessidade de alimentar o desejo de paz e a construção da harmonia com gestos de caridade, abertura, acolhida e hospitalidade", disse o cardeal.

"A paz se constrói com gestos concretos de caridade desinteressada, é servida com dedicação e fidelidade quando nos pedem para cuidar dos outros. Esta é a resposta concreta que, juntamente com a oração, cada um de nós pode oferecer diante de tanta crueldade, barbárie e injustiça, da qual somos testemunhas. Nisto as novas beatas são um grande exemplo para nós", concluiu Semeraro.

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