O bispo de Piracicaba (SP), dom Devair Araújo da Fonseca, criticou o fato de a prefeitura local ter transferido o feriado do padroeiro da cidade, santo Antônio de Pádua, celebrado hoje (13), para a próxima sexta-feira (17). “Na pandemia a gente entendia a transferência dos feriados, até porque estava tudo meio fechado. Mas, agora, infelizmente, isso foi algo feito de uma forma muito indelicada, para dizer o mínimo”, afirmou.

Ao final da missa celebrada ontem (12) na catedral Santo Antônio, de Piracicaba, dom Devair afirmou que a Igreja não foi consultada sobre a transferência do feriado de santo Antônio. “Ficamos sabendo como todo mundo pelos jornais”, disse.

Por meio de decreto municipal, a prefeitura de Piracicaba transferiu o feriado de 13 de junho para a sexta-feira, 17 de junho, um dia após Corpus Christi (16), que também é feriado. A medida é válida para os servidores municipais e não se aplica a prestação de serviços em empresas privadas.

“Nós vamos fazer as celebrações normalmente, mas esperamos um pouco mais de respeito com a nossa fé e com o nosso padroeiro nos anos que virão”, afirmou dom Devair. A programação das missas na catedral de Piracicaba começou às 6h, seguida de celebrações às 8h e 10h. Os próximos horários serão às 12h e 16h.

“Recordemo-nos sempre disso quando tivermos um jeito de nos manifestar, já que usamos tanto as redes sociais para tantas coisas. Essa seria também uma boa ocasião para fazermos nossa manifestação”, declarou o bispo.

No Brasil, segundo a lei nº 9.093, de 12 de setembro de 1995, “são feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão”. O dia de santo Antônio foi instituído como feriado em Piracicaba por lei municipal em 1972.

O bispo de Piracicaba classificou como “indelicada” essa mudança no dia do feriado, “no momento que seria para manifestação da nossa fé”. Ele recordou ainda que “no tempo da pandemia, algumas coisas nos foram aos poucos tiradas e nós nem nos manifestamos sobre isso”.

Durante o período da pandemia de covid-19, alguns municípios decretaram a transferência de feriados, inclusive religiosos, como forma de promover a quarentena e o isolamento social.

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