Chris Graney, astrônomo e historiador da ciência do Observatório do Vaticano, recebeu o “Prêmio Nelson H. Minnich 2021” por um artigo sobre o “caso Galileu”.

O “caso Galileu” refere-se ao cientista italiano do século XVI Galileu Galilei, defensor da teoria astronômica do heliocentrismo, segundo a qual o sol seria o centro do universo, em torno do qual a terra e os planetas giram.

O caso é apontado como prova de que a Igreja se opõe à pesquissa científica. O próprio Galileum no entanto, era crente e não morreu executado nem preso, mas sim de morte natural e em casa.

O Prêmio Minnich é concedido ao melhor artigo publicado na Catholic Historical Review, uma revista trimestral da Catholic University of America Press.

Chris Graney, do escritório de relações públicas da Fundação do Observatório do Vaticano, recebeu o prêmio por seu artigo “Galileu Between Jesuits: The Fault Is in the Stars” (Galileu entre os jesuítas: a falha está nas estrelas).

Em entrevista recente ao programa EWTN News Nightly, Graney explicou que sua pesquisa "é sobre Galileu Galilei... e alguns de seus críticos astrônomos jesuítas".

“Minha área de interesse é Galileu e seus oponentes: as pessoas com as quais estava discutindo, o que eles tinham a dizer? Acontece que o que eles têm a dizer é muito mais interessante do que imaginamos. É um argumento muito complexo e dinâmico”, disse.

O artigo "explica algo sobre como a ciência funciona", disse ele. Além disso, mostra "como pode ser complicado responder a perguntas científicas relativamente simples", acrescentou.

O comitê que concedeu o prêmio Minnich escreveu que “Graney demonstra brilhantemente que a visão copernicana da natureza e do tamanho das estrelas, que foi abandonada logo após a morte de Galileu, levou muitos estudiosos a rejeitar o heliocentrismo. Portanto, a Igreja se opôs a Galileu não apenas por motivos teológicos, mas também científicos”.

“Graney é digno de elogio por mostrar que há mais nuances em um dos confrontos mais famosos da história da Igreja do que os estudiosos supunham até agora”, acrescentou.

Na entrevista, Chris Graney também falou sobre outros trabalhos que estão sendo feitos no Observatório do Vaticano, como um novo modelo que explica sobre a gravidade no momento da criação do universo.

O modelo matemático foi proposto pelos padres Gabriele Gionti e Matteo Galaverni, astrônomo e astrônomo associado, respectivamente, do Observatório do Vaticano, e busca descrever como a gravidade teria funcionado em meio ao que é conhecido como "inflação cosmológica"; isto é, a rápida expansão do universo imediatamente após o Big Bang.

Este trabalho "descobriu alguns problemas com as ideias existentes sobre a gravidade no início dos tempos, quando o universo era muito compacto", disse Graney. Os padres e cientistas "resolveram os problemas e propuseram uma nova alternativa", acrescentou.

O Observatório do Vaticano é um dos mais antigos observatórios astronômicos ativos do mundo, datado de 1582.

Sua sede fica em Castel Gandolfo, uma cidade nos arredores de Roma onde está localizada a residência de verão dos papas da Igreja Católica.

O Observatório do Vaticano também opera o Telescópio de Tecnologia Avançada do Vaticano, localizado na zona rural do Arizona, cerca de 320 quilômetros a sudeste de Phoenix.

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