O cardeal italiano Ângelo Sodano, que foi secretário de Estado de João Paulo II e Bento XVI, morreu aos 94 anos de covid na noite de sexta-feira, 27 de maio. Ele estava internado por causa de pneumonia no hospital Gemelli, em Roma, desde 9 de maio.

Sodano foi secretário de Estado da Santa Sé de 1991 a 2006 e decano do Colégio Cardinalício de 2005 a 2019.

O papa Francisco enviou uma mensagem de condolências afirmando que “a morte do cardeal Sodano suscita na minha alma sentimentos de gratidão ao Senhor pelo dom deste estimado homem de Igreja”.

Francisco agradeceu a entrega generosa do cardeal “inicialmente na diocese de Asti e depois, no restante de sua longa existência, a serviço da Santa Sé”.

O papa concluiu a mensagem elevando a Deus Pai misericordioso orações de sufrágio pelo cardeal, para que seja acolhido na alegria eterna, ao mesmo tempo que expressa sua proximidade aos seus familiares e à comunidade de Asti, onde nasceu, e concede a sua bênção “a todos que compartilham a dor pela sua partida, com um pensamento particular e agradecido às Irmãs de Santa Marta e a todos que amorosamente o assistiram".

Angelo Sodano nasceu em Isola d'Asti, Piemonte, Itália, em 23 de novembro de 1927 e estudou Filosofia e Teologia no seminário episcopal de Asti, embora tenha sido em Roma onde recebeu o diploma em teologia e direito na Pontifícia Universidade Gregoriana e na Lateranense.

Foi ordenado sacerdote em 23 de setembro de 1950 na cidade piemontesa de Asti. Ele trabalhou pastoralmente na diocese de Asti e foi membro do corpo docente de seu seminário, de 1950 a 1959.

Em Roma, foi secretário das nunciaturas no Equador, Uruguai e Chile e nomeado camareiro secreto supranumerário em 15 de junho de 1962.

E junho de 1963, foi nomeado capelão do papa e, entre 1968 e 1977 foi oficial do Conselho para os Assuntos Públicos da Igreja.

O cardeal Sodano foi eleito arcebispo de Nova di Cesare e nomeado núncio no Chile em 30 de novembro de 1977.

Foi também nomeado secretário do Conselho de Assuntos Públicos da Igreja em 1988 e depois da reorganização da Cúria Romana, um ano depois, foi nomeado secretário da seção para as relações com os Estados, na Secretaria de Estado.

Sodano foi presidente da Pontifícia Comissão para a Rússia e representante da Santa Sé nas reuniões de ministros de assuntos exteriores da Conferência Europeia sobre Segurança e Cooperação, feitas em Viena, Copenhague, Nova Iorque e Paris.

Ele foi criado cardeal em 28 de junho de 1991 e recebeu o barrete vermelho e o título de Santa Maria Nuova em 28 de junho de 1991.

Também em junho de 1991 foi nomeado secretário de Estado e participou da I Assembleia Especial para a Europa do Sínodo dos Bispos, na Cidade do Vaticano, de 28 de novembro a 14 de dezembro de 1991.

Em 1988, são João Paulo II pediu-lhe que substituísse o cardeal Achille Silvetini como secretário do então Conselho de Assuntos Públicos da Igreja.

Mais tarde, em 1999, Sodano assumiu o cargo de secretário para as Relações com os Estados, onde se dedicou principalmente à Pontifícia Comissão para a Rússia, da qual foi presidente.

Representou a Santa Sé em várias reuniões internacionais, como as dos Ministros das Relações Exteriores na Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa.

Em 2002 foi eleito vice-decano do Colégio dos Cardeais. Ele foi titular dos títulos cardinalícios de Santa Maria Nuova, in commendam desde 1991; da diocese de Albano, desde 10 de janeiro de 1994 e da diocese de Ostia, desde 30 de abril de 2005.

Depois de eleito papa, Bento XVI o confirmou como secretário de Estado e aprovou sua eleição como decano do Colégio dos Cardeais, cargo anteriormente ocupado pelo cardeal Joseph Ratzinger. Alguns meses depois, o papa aceitou sua renúncia ao cargo de Secretário de Estado.

Em 2019, o papa Francisco aceitou a renúncia do cardeal Angelo Sodano do cargo de decano do Colégio Cardinalício.

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