O Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, afirmou que "a teoria da evolução é uma teoria científica. O que chamo evolucionismo é um ponto de vista ideológico que afirma poder explicar tudo dentro do desenvolvimento total do cosmos, desde o Bing Bang até a Nona Sinfonia de Beethoven".

Conforme informa Reuters, a intenção do Cardeal quando publicou seu artigo sobre a teoria do Desenho Inteligente no New York Times há algum tempo, era deixar de lado do senso comum em um debate que se transformou em ideológico.

Os maiores críticos do mencionado artigo do Cardeal afirmam que o Cardeal é um "simplório tratando de substituir a ciência com o ‘criacionismo’". Com um sorriso, o Cardeal explicou que respeita os avanços de Darwin, mas rechaça a perspectiva neordarwinista que segundo ele "foi além do que a ciência pôde provar". "O ensino bíblico sobre a criação não é uma teoria científica. O ensinamento cristão sobre a criação não é uma alternativa à evolução", precisou.

O Cardeal está de acordo com a teoria do Desenho Inteligente que assinala a uma inteligência superior que deve ter criado a complexidade do sistema da criação. "O seguinte passo é perguntar: Que inteligência? Como crente, claro que penso na inteligência do Criador", enfatizou.

"Se esta (o evolucionismo) é uma teoria científica, deve estar aberta à crítica científica. O que eu critico é uma espécie de estratégia para imunizá-la, como se fosse uma ofensa a Darwin dizer que há aspectos que esta teoria não pode explicar", precisou o Cardeal.

"Podemos, razoavelmente, dizer que a origem do homem e a vida só pode explicar-se com causas materiais? Pode a matéria criar inteligência?", questionou e acrescentou que "essa é uma pergunta que não podemos responder cientificamente porque o método científico não tem como abarcar. O senso comum nos diz que a matéria não pode organizar-se sozinha. Necessita informação para fazê-lo; e a informação é uma manifestação de inteligência".

As objeções ao neodarwinismo são essencialmente filosóficas. Sua grande preocupação passa pelo materialismo que está enchendo o pensamento moderno e a sensibilidade religiosa na percepção humana do mundo. "Tudo tem a ver com o materialismo, essa é a chave do assunto", indicou.