O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva voltou a defender o aborto nesta terça-feira, 5 de abril. “Essa pauta da família, dos valores é muito atrasada”, afirmou Lula, pré-candidato do PT à presidência da República.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 2.271, que “o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral”.

O número 2,272 diz: “A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canônica da excomunhão este delito contra a vida humana. «Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito («effectu secuto») incorre em excomunhão latae sententiae, isto é, «pelo fato mesmo de se cometer o delito» e nas condições previstas pelo Direito”.

A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade.

Sobre a família, diz o catecismo, no número 2.202: “Um homem e uma mulher, unidos em matrimônio, formam com os seus filhos uma família. Esta disposição precede todo e qualquer reconhecimento por parte da autoridade pública e impõe-se a ela. Deverá ser considerada como a referência normal, em função da qual serão apreciadas as diversas formas de parentesco”.

Lula diz dever parte de sua formação política, assim como da formação do Partido dos Trabalhadores, à Igreja.

O petista fez as declarações a favor do aborto durante o debate “Brasil - Alemanha - União Europeia: desafios progressistas - parcerias estratégicas”, realizado pelas fundação Perseu Abramo, do PT, e Friedrich Ebert, fundação alemã ligada à social-democracia presente no Brasil desde 1985.

“Mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque o aborto é proibido, é ilegal. Quando que a madame pode ir fazer um aborto em Paris, escolher ir pra Berlim. Na verdade, deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito, e não vergonha”, disse Lula.

Segundo o pré-candidato, “a sociedade evoluiu muito, os costumes evoluíram muito e precisamos ter coragem para fazer esse debate”.

Em março deste ano, durante uma entrevista, o petista já havia defendido a legalizaçãõ do aborto: “Eu, Lula, pai de cinco filhos, sou contra o aborto e sempre fui. Agora, eu, chefe de Estado, preciso tratar o assunto como saúde pública”.

“Foi uma declaração infeliz”, disse o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro cardeal Scherer, à ACI Digital sobre essa defesa do aborto feita por Lula.