Uma escola mantida pelos jesuítas em Massachusetts (EUA) pode perder sua denominação católica se ignorar o pedido do bispo local para remover as bandeiras do movimento Black Lives Matter e do orgulho gay de sua fachada.

A Escola da Natividade (Nativity School) da cidade de Worcester exibe as bandeiras há mais de um ano, segundo o jornal The Boston Globe. No entanto, o bispo de Worcester, dom Robert McManus, só soube delas recentemente, disse um porta-voz diocesano à CNA, agência em inglês do grupo ACI, em 4 de abril.

Na escola secundária, que é privada e não faz parte do sistema escolar diocesano, a maioria dos alunos são afro-americanos e latinos.

Em um comunicado divulgado em 3 de abril, dom McManus disse que as bandeiras podem criar confusão sobre os ensinos da Igreja Católica sobre autoridade civil e a união de pessoas do mesmo sexo.

Embora tenha observado que “os símbolos possam significar coisas diferentes para pessoas diferentes”, “como bispo desta diocese, devo ensinar que é imperativo que uma escola católica use imagens e símbolos que reflitam os valores e princípios dessa escola, para ser claro com os jovens que estão se formando espiritual e moralmente para o futuro”.

“Embora nosso papel em uma escola não seja converter não-católicos, também não é nosso papel negar nossa identidade católica”, acrescentou.

McManus também disse que “enquanto a Igreja Católica se une à nossa nação no ensino de que todas as vidas são iguais perante Deus e a lei e que todas as vidas exigem o nosso respeito, independentemente de raça, gênero ou etnia, a bandeira com o emblema Black Lives Matter às vezes foi usada por algumas facções que também incutem uma desconfiança generalizada da polícia e daqueles encarregados de fazer cumprir nossas leis”.

"Nós não ensinamos isso em nossas escolas", destacou.

McManus também falou que "enquanto ensinamos que todos foram criados à imagem e semelhança de Deus, as bandeiras do orgulho gay são frequentemente usadas para contrastar com o ensino católico de que o casamento sacramental é entre um homem e uma mulher".

“A escola está se comprometendo com ideologias contrárias ao ensino católico? Se sim, ainda é uma escola católica?”

Dom McManus está se comunicando com os funcionários da escola desde que lhe comunicaram sobre as bandeiras há cerca de um mês, disse o porta-voz diocesano Ray Delisle à CNA. O porta-voz disse que o centro corre o risco de "não ser mais identificado como uma instituição católica" se persistir em hastear as bandeiras.

A notícia da controvérsia atraiu repórteres e equipes de televisão à escola. As duas bandeiras foram hasteadas a meio mastro do lado de fora do edifício.

O diretor da escola, Tom McKenney, disse em um comunicado de 4 de abril que as bandeiras são hasteadas para "lembrar nossos jovens, suas famílias e a equipe da Nativity Worcester que todos são bem-vindos e valorizados aqui".

McKenney acrescentou: “[As bandeiras] passam a mensagem de que eles realmente importam e merecem ser respeitados como nossos valores cristãos nos ensinam. Esse é o propósito de agitar essas bandeiras”.

McKenney disse na declaração que Nativity não é uma escola diocesana e é patrocinada pela Província Jesuíta do Leste dos EUA. A província não respondeu ao pedido de comentário da CNA na segunda-feira.

O caso mais recente conhecido de um bispo tomando a decisão de retirar a denominação católica de uma escola ocorreu na arquidiocese de Indianápolis.

Em 2019, dom Charles Thompson anunciou que uma escola jesuíta local, a Brebeuf Jesuit Preparatory School, não seria mais reconhecida como católica, devido a um desacordo sobre o emprego de um professor que tentou se unir com uma pessoa do mesmo sexo.

O direito canônico afirma que “nenhuma escola, mesmo que seja de fato católica, pode ostentar o título de 'escola católica', exceto com o consentimento da autoridade eclesiástica competente”.

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