O papa Francisco lamentou que “as recentes notícias sobre a guerra na Ucrânia, em vez de trazer alívio e esperança, testemunham novas atrocidades, como o massacre de Bucha: crueldades cada vez mais horríveis, realizadas também contra civis, mulheres e crianças indefesos”. Em sua audiência Geral de hoje (6), o papa mostrou e beijou uma bandeira que recebeu da Ucrânia, cumprimentou um grupo de crianças com algumas mães ucranianas que acabavam de chegar à Itália e disse que "são vítimas cujo sangue inocente clama ao céu e implora: que esta guerra tenha fim! Que as armas silenciem! Parem de semear a morte e a destruição! Rezemos juntos por isto”.

Durante sua catequese, o papa disse que "hoje fala-se frequentemente de ‘geopolítica’, mas infelizmente a lógica dominante é a das estratégias dos Estados mais poderosos para afirmar os seus interesses alargando a própria área de influência econômica, ou influência ideológica ou influência militar: estamos a ver isto com a guerra”.

“Malta representa, neste quadro, o direito e a força dos ‘pequenos’, das pequenas nações, mas ricas em história e civilização, que deveriam levar a cabo outra lógica: a do respeito e da liberdade, a do respeito e também a lógica da liberdade, da convivência das diferenças, oposta à colonização dos mais poderosos. Estamos a ver isto agora. E não só de uma parte: também de outras”, disse o papa, comentando sua viagem no último fim de semana a Malta.

Ao recordar algumas das etapas da sua recente peregrinação a Malta, o papa destacou a sua visita à gruta de são Paulo em Rabat e ao santuário nacional mariano de Ta' Pinu em Gozo, bem como o encontro com os migrantes no Laboratório de Paz João XXIII.

Em sua catequese em italiano feita na sala Paulo VI do Vaticano, o papa explicou que "como bispo de Roma, fui confirmar aquele povo na fé e na comunhão" e acrescentou que " Malta é um lugar-chave também do ponto de vista da evangelização”.

“De Malta e Gozo, as duas dioceses do país, muitos sacerdotes e religiosos, bem como fiéis leigos, partiram, dando testemunho cristão em todo o mundo. Como se a passagem de são Paulo tivesse deixado a missão no DNA dos malteses! Por conseguinte, a minha visita foi, antes de mais, um ato de gratidão, gratidão a Deus e ao seu santo povo fiel que está em Malta e Gozo”, disse o papa.

Francisco disse também que após a segunda guerra mundial, foram feitas tentativas para lançar as bases de uma nova história de paz. “Mas infelizmente – não aprendemos – a velha história de grandes potências concorrentes continuou. E, na atual guerra na Ucrânia, estamos testemunhando a impotência da Organização das Nações Unidas”.

Agradecimento à generosidade da Polônia

Mais uma vez, Francisco agradeceu ao povo polonês pela solidariedade e generosa acolhida aos refugiados da Ucrânia e destacou que, "durante este tempo de Quaresma, que nos prepara para a celebração da Ressurreição do Senhor, mostraram-nos uma extraordinária e exemplar generosidade para com nossos irmãos ucranianos, aos quais abriram seus corações e as portas de suas casas. Obrigado, muito obrigado por terem feito isso com os ucranianos.”

"Que o Senhor abençoe sua pátria por esta solidariedade e mostre seu rosto", disse o papa, que também agradeceu aos poloneses por acompanhá-lo com a oração durante sua recente peregrinação a Malta.

Acolhida de migrantes

Saudando os fiéis de língua espanhola, o papa destacou que Malta é “um laboratório de paz, onde os migrantes são acolhidos com espírito de fraternidade, compaixão e solidariedade”, tornando-se um “exemplo fundamental para o fenômeno das migrações”.

No entanto, o papa alertou que Malta “nem sempre sente o apoio de outros países europeus para receber e ajudar os migrantes a se estabelecerem permanentemente”.

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