As santas padroeiras da Europa transmitem à Igreja e ao mundo uma mensagem de paz, esperança e empenho no atual contexto de guerra internacional, disseram as acadêmicas reunidas no primeiro Congresso sobre as Doutoras da Igreja e Padroeiras da Europa, feito em Roma nos dias 7 e 8 de março.

São João Paulo II proclamou santa Catarina de Sena, santa Brígida da Suécia e santa Teresa Benedita da Cruz, no século Edith Stein, em 1999 como co-padroeiras da Europa, juntamente com são Bento de Núrsia e os santos irmãos Cirilo e Metódio.

A organizadora do congresso, Fermina Álvarez, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que "neste contexto bélico que estamos padecendo, que estamos sofrendo, a mensagem delas ainda adquire muito mais luz e mais atualidade", porque é "uma mensagem que agora temos que aprofundar, saborear muito mais, tornar vida".

Para Álvarez, "a santidade destas mulheres é imitável e devemos lê-las, conhecê-las melhor, torná-las vivas e encorajar-nos nessa santidade feminina ".

Fermina Álvarez falou de dois resultados concretos do congresso. Em primeiro lugar, a publicação de um livro sobre as doutoras da Igreja e padroeiras da Europa, disponível gratuitamente neste link, e os mais de 20 mil euros que arrecadaram para a caridade em favor do Líbano.

“Pensamos: se essas mulheres vivessem hoje, aqui e agora, o que teriam feito, algo concreto, e pensamos na educação da mulher. E como o papa nos pediu orações pelo Líbano, pensamos no Líbano. E daí surgiu a ideia de financiar três projetos educacionais para jovens, para surdos e mudos, um orfanato e uma residência para meninas no Líbano, que também foi uma mostra muito preciosa deste congresso. Todos os inscritos, mais de 300 no total, entre organizações, patrocinadores e participantes, arrecadamos mais de 20 mil euros e acho que ainda conseguiremos mais para poder financiar estes projetos”.

A reitora da Universidade Católica de Ávila, María del Rosario Sáez Yuguero, disse à ACI Prensa que a sociedade ainda sofre os efeitos da pandemia e que começou uma tremenda guerra, por isso considera que “essas mulheres, especialmente todas aquelas que são co-padroeiras da Europa, são intercessoras que nos trazem uma mensagem de paz, de esperança e também de compromisso e nos convidam a nos comprometermos, pisando na nossa realidade, a trabalhar pela paz nesta sociedade que está perdendo a esperança e por isso está ferida por tantas situações dolorosas”.

Ao refletir sobre os pontos comuns dessas santas mulheres, María del Rosario Sáez destacou que "embora tenham vivido em uma época muito diferente, como vimos em séculos diferentes, o que quase todas tiveram em comum foi o alto grau de santidade, sua união com Deus, ser grandes místicas, mas ao mesmo tempo souberam transmitir-nos essa experiência de Deus através de seus escritos. Muitas delas são grandes escritoras e também mulheres que reformaram e contribuíram para a reforma da Igreja, mas nunca se separaram da Igreja, com um grande amor à Igreja, e iniciaram essa reforma de suas ordens, de seus conventos, por uma conversão pessoal”.

“Eu acho que hoje a reforma que nos é pedida é uma reforma pessoal para reformar a Igreja, as estruturas, não tanto as estruturas, mas a espiritualidade de cada um de nós”, disse Sáez Yuguero.

Por fim, a reitora da Universidade Católica de Ávila referiu-se à mensagem que o papa Francisco dirigiu aos participantes desta iniciativa, na qual "ele coloca estas mulheres como modelos para nós, insisto, estas grandes amigas de Deus, porque no fundo essas mulheres não teriam entrado para a história se não fossem santas; e o mais importante de tudo, acho que foi essa santidade e ser um modelo para as mulheres de hoje, de como é uma mulher na Igreja”.

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