A Cáritas Internacional emitiu uma declaração sobre a crise na Ucrânia e pediu que seja garantida a proteção e o acesso à ajuda humanitária.

Tetiana Stawnychy, presidente da Cáritas Ucrânia, disse que os acontecimentos que começaram na quinta-feira, 24 de fevereiro, “vão inevitavelmente levar a uma catástrofe humanitária. É inacreditável que no século 21, no centro da Europa, haja pessoas que são acordadas às 5 da manhã ao som de sirenes de ataque aéreo”.

 

Nesse sentido, a Cáritas Internacional está “profundamente preocupada com o impacto desta intervenção na população local, que desde há oito anos vive os efeitos de uma crise que já matou 14 mil pessoas e desalojou mais 1,5 milhão. Somam-se a esta realidade as consequências da pandemia da covid-19”.

Em comunicado, disseram que a Confederação Cáritas está lançando "um apelo de emergência para apoiar o trabalho da Cáritas Ucrânia" através de um programa que "tem como objetivo apoiar as pessoas afetadas pelo conflito com alimentos, água potável, alojamento seguro e kits de higiene, bem como garantir transporte seguro para que pessoas vulneráveis ​​possam se reunir com seus entes queridos e acessar áreas seguras”.

"Precisamos do seu apoio para ter a oportunidade de responder à crise humanitária e ajudar as pessoas afetadas pela guerra", disse Stawnychy.

Um trabalho que a Cáritas faz desde o final do verão de 2021, particularmente no leste da Ucrânia, onde antecipou uma resposta humanitária à possível escalada do conflito.

Por esta razão, a Cáritas formou funcionários e voluntários para aumentar sua capacidade de atender às necessidades das comunidades locais e fortalecer sua rede. Também criou centros temporários para receber e garantir assistência aos deslocados internos, cujo número provavelmente aumentará consideravelmente com o início desta recente intervenção militar.

Os números das necessidades de emergência já eram dramáticos: “Antes do ataque, já havia 2,9 milhões de pessoas locais em ambos os lados da linha de contato precisando de assistência humanitária. Hoje, esse número está aumentando exponencialmente”, acrescenta Stawnychy.

Conforme destacado no comunicado, a Cáritas Ucrânia conta com o apoio de 36 organizações da Confederação Cáritas para ajudar a população necessitada.

"Não podemos ignorar as trágicas implicações humanitárias desta guerra", disse o secretário-geral da Cáritas Internacional, Aloysius John, destacando que "é dever da comunidade internacional proteger o povo ucraniano e garantir seu acesso a assistência vital".

 

Além disso, a Cáritas Internacional destaca a urgência de que todas as pessoas tenham acesso à assistência humanitária, particularmente os mais vulneráveis ​​e que a liberdade de movimento seja garantida para aqueles que procuram fugir do conflito.

“Todos somos chamados a agir. O que está acontecendo na Ucrânia põe em perigo a estabilidade e a paz internacionais e, como destacou o papa Francisco, está 'desacreditando o direito internacional'”.

Resposta da Cáritas Espanhola

A Cáritas Espanhola trabalha na Ucrânia desde 2010, onde apoia diversos projetos de ação social e de emergência.

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Atualmente, a cooperação com a Cáritas Ucrânia concentra-se em vários centros de atendimento a pessoas com diversidade funcional e atendimento a famílias vulneráveis, bem como no financiamento de projetos de emergência em Donbass, com fornecimento de água potável e prevenção anti-Covid com um valor de 150 mil euros doados pela AECID (Agência Espanhola de Cooperação Internacional) que mantém a sua atividade.

Diante da eclosão da atual crise, a Cáritas Espanhola expressou sua solidariedade e proximidade com a Cáritas Ucrânia e mobilizou uma doação inicial de 25 mil euros para apoiar o plano de resposta de emergência da Cáritas Ucrânia.

Além disso, abre a campanha de emergência “Cáritas com a Ucrânia” para canalizar a solidariedade dos doadores espanhóis para os projetos de ajuda humanitária lançados pela Cáritas Ucrânia para ajudar as vítimas desta grave crise.

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