Depois de conhecer o anúncio de que o Presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, consentiu com o insistente pedido dos organizadores do 12-N de ter um encontro com seus representantes, o presidente de Confederação Nacional Católica de Associações de Pais de Alunos (CONCAPA), Luis Carbonel, valorou positivamente a iniciativa, advertindo, entretanto, que não desejam um encontro "cordial mas vazio, mas sim com conteúdos".

Carbonel mostrou sua satisfação porque o presidente do Executivo "tenha sido capaz de retificar" e tenha previsto receber às organizações que convocaram a manifestação contra o projeto de lei de Educação (LOUVE).

"Sempre é bom que um presidente que não teve a cortesia de receber a quem em seu dia levamos três milhões de assinaturas a favor da disciplina de religião, retifique e encontre a ocasião de nos receber".

Entretanto, o presidente do CONCAPA disse esperar que o encontro "não seja de aspectos vazios e de sorrisos ocos" e sirva para comunicar às organizações "boas notícias", como a demissão da ministra de Educação, María Jesus San Segundo ou a paralisação da LOE.

"Esperemos que seja uma reunião com conteúdo e não para desviar a atenção da sociedade espanhola, como ultimamente estamos acostumados, tanto por parte da ministra como da vice-presidenta" do Governo, disse.

A manifestação contra a reforma educativa que pretende implementar o Governo reuniu ontem sábado pela tarde, segundo a Comunidade de Madri, a mais de um milhão e meio de espanhóis sob lemas como "Nós pais, parimos nós decidimos" ou "Por uma educação em liberdade".

Duas das organizações que convocaram à marcha de protesto, a CONCAPA e a Federação de Ensino de USO, tinham reclamado que o presidente do Governo mantivesse uma entrevista com eles para que paralise a reforma e opte por um pacto político e social.

Esta reunião é "um passo adiante muito importante" e reflete "uma mudança de atitude" motivado pela multitudinária manifestação celebrada ontem em Madri, asseverou o representante dos pais de família católicos.

A data da reunião no Palácio de La Moncloa será definido nos próximos dias.