O líder opositor cubano e fundador do Movimento Cristão Libertação (MCL), Oswaldo Payá, propôs ao Governo debater publicamente o documento "Base Comum, Caminho e Esperança para Cuba" que reclama abertura política no país e o respeito dos direitos humanos.

Em diálogo com a agência EFE, Payá explicou que o texto, elaborado por dezenas de organizações opositoras, reclama, entre outras coisas, a libertação "imediata e incondicional" dos presos políticos, o respeito à livre associação, expressão e manifestação pacífica; requisitos indispensáveis para um diálogo nacional que leve a país a eleições livres e finalmente à mudança.

Payá esclareceu que o texto procura a reconciliação nacional e o perdão, e não "revanches e vinganças". A iniciativa, indicou, "não tem caráter partidarista nem ideológico, mas expressa a vocação de serviço da oposição pacífica ao povo cubano".

O líder dissidente explicou que os cubanos têm direito "a organizar mudanças, escolher seu sistema político por si mesmo, em meio de um imobilismo que está fechando as portas do futuro".

Assinalou que no aspecto econômico se propõe um modelo de liberdade "com fundamento humanista e social", derrubando assim "essa falsa imagem que está dando o regime de que a oposição quer uma mudança para modelos neoliberais ou intervensionistas".

Do mesmo modo, revelou que a divulgação do documento "Base Comum, Caminho e Esperança para Cuba", teve que adiantar-se depois que a Segurança do Estado detivera um de seus colaboradores em Pinar del Rio.

O texto, denunciou, foi trabalhado "sob um clima de repressão total, com uma verdadeira caçada aos membros de nossos movimentos em toda Cuba".