O ano de 2021 assistiu uma mudança importante na liderança da Cúria Romana: o papa decidiu não renovar o mandato do cardeal Peter Turkson, de Gana como prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, embora ainda tivesse mais dois anos de serviço antes de fazer 75 anos, a idade canônica de aposentadoria. Turkson, até aqui um dos cardeais da cúria mais próximos do papa, foi substituído interinamente pelo cardeal Michael Czerny, jesuíta que fez 75 anos em julho passado.

Com a saída de Turkson a África fica sem nenhum representante no topo da Cúria Romana. Desde 1977, excluido o período de dezembro de 2008 a outubro de 2009, pelo menos um prelado africano ocupou o cargo de presidente ou prefeito de um órgão da Santa Sé. O cardeal Bernardin Gantin, do Benin, trabalhou para os papas são Paulo VI e são João Paulo II no Pontifício Conselho para a Justiça e Paz, como presidente do Pontifício Conselho Cor Unum e como prefeito da Congregação para os Bispos entre 1977 e 1998. O cardeal Francis Arinze, da Nigéria, foi presidente da Secretaria para os Não-Cristãos, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso e prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 1984 a 2008. O cardeal Robert Sarah, da Guiné, presidiu o Pontifício Conselho Cor Unum e atuou como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 2010 a 2021. O próprio Turkson estava na cúria desde 2009, chamado pelo papa Bento XVI para ser presidente do Pontifício Conselho para Justiça e Paz e, depois, tornou-se prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. O único africano presente na cúria hoje é o arcebispo tanzaniano Protase Rugambwa, secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, mas ele não dirige o órgão.

O ano de 2022 tem potenciais mudanças em alguns cargos-chave da Cúria Romana. O mandato do cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, que fará 78 anos em abril, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, termina em julho. Os cardeais Leonardo Sandri, de 78 anos, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Marc Ouellet, de 77 anos, prefeito da Congregação para os Bispos, Giuseppe Versaldi, de 78 anos, prefeito da Congregação para a Educação Católica, Mauro Piacenza, de 77,  penitenciário-mor, Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, que completará 80 anos em outubro o recém-nomeado presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, om Fernando Vergez Alzaga, que faz 77 anos em março, estão acima do limite de idade.

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