A advogada Sarah Weddington, que ajudou na vitória de Roe x Wade que legalizou o aborto nos EUA, morreu em 26 de dezembro, dois dias antes da data em que a Igreja celebra os santos inocentes, os meninos que morreram por ordem do rei Herodes.

Em 22 de janeiro de 1973, a Suprema Corte dos Estados Unidos emitiu a sentença Roe x Wade, que abriu as portas para a legalização do aborto em todo o país. Desde então, 60 milhões de bebês no útero foram mortos.

No início dos anos 1970, Norma McCorvey usou o pseudônimo “Jane Roe” ao se apresentar diante da Suprema Corte no início dos anos 1970, dizendo que tinha engravidado após ser estuprada por uma gangue.

Weddington, junto com Linda Coffee, recém-formadas na faculdade de Direito da Universidade do Texas, convenceram Norma de que ela deveria fazer um aborto em vez de entregar seu bebê para adoção.

Enquanto o caso estava sendo julgado nos tribunais, a bebê nasceu e foi entregue para adoção. Nunca foi abortada.

Em 1987, McCorvey admitiu que tudo foi uma mentira e não foi estuprada por membros de uma gangue. Ela conhecia e amava o pai do bebêr.

Há mais de vinte anos, Norma se converteu ao catolicismo e dedicou sua vida a defender os nascituros, até que morreu em 18 de fevereiro de 2017.

Weddington, de 76 anos, morreu na manhã deste domingo, 26, enquanto dormia em sua casa no Texas, EUA.

A mídia internacional informou que, embora a advogada tivesse problemas de saúde, por enquanto as causas de sua morte são desconhecidas.

Abby Jhonson, que era diretora da filial da empresa multinacional de aborto Planned Parenthood, no Texas e que se tornou uma ativista pró-vida em 2009, disse em seu Twitter que tem muitos sentimentos sobre a morte de Weddington.

“Eu conheci Sarah. Por muitos anos, tinha muita consideração por ela. Passei um tempo com ela. Eu a respeitava. Mais tarde, passei a vê-la como uma mestra em manipulação. Só posso rezar para que ela tenha buscado ao Senhor antes de morrer”, acrescentou ele.

O editor de Priests for Life, padre Frank Pavone, observou que o nome de Weddington "sempre será uma lembrança do maior erro que o tribunal cometeu".

“Weddington não foi uma heroína para as mulheres ou para a liberdade, que sofreram grandes danos com o aborto legal. Que a sua morte seja uma lembrança de que Roe é uma decisão cujo tempo passou, e que também deve ser deixada de lado”, disse.

O padre também lembrou o caso Dobbs x Jackson Women's Health Organization, que desafia diretamente a decisão Roe x Wade e poderia acabar com o aborto legal no país.

Em 1º de dezembro, a Suprema Corte ouviuc as alegações orais no caso Dobbs x Jackson Women's Health Organization, sobre uma lei estadual do Mississippi que restringe a maioria dos abortos depois da 15ª semana de gravidez.

Uma decisão favorável à lei pró-vida do Mississippi pode afetar as sentenças de Roe x Wade de 1973, e Planned Parenthood x Casey de 1992, em que a Suprema Corte reafirmou a primeira decisão e estabeleceu que "um Estado não pode proibir qualquer mulher de tomar a decisão final de interromper sua gravidez antes de sua viabilidade".

Um bebê é considerado "viável" fora do útero por volta das 24 semanas de gestação, embora nos últimos anos os bebês nascidos com cerca de 21 semanas de gestação tenham sobrevivido.

Espera-se que a Suprema Corte emita uma decisão ao final do primeiro semestre de 2022.

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