O Presidente da Confederação Católica de Pais de Família e Pais de Alunos (CONCAPA), Luis Carbonel, anunciou que se espera mais de meio milhão de participantes na manifestação do 12-N contra o projeto educativo do Governo, que não respeita direitos fundamentais dos pais.

Em entrevista com o jornal ABC, Carbonel indicou que a manifestação nasce da sociedade em seu conjunto e não do Partido Popular ou do Episcopado espanhol. Revelou que inclusive "há várias organizações islâmicas inscritas para participar".

O Presidente do CONCAPA lembrou que a oposição ao projeto de lei Orgânica de Educação (LOE) deve-se a que atenta contra o direito dos pais de escolher que tipo de educação querem para seus filhos, a que colégios enviá-los, velar para que recebam formação religiosa, entre outros pontos.

"O Estado se atribui uma responsabilidade e um direito sobre os que só tem uma função subsidiária. Os poderes públicos não têm direito de educar os cidadãos mas sim devem assegurar a liberdade dos pais para decidir sobre esta questão, sem outros limites que os constitucionais", afirmou.

Além disso, lembrou que em sua elaboração o Executivo ignorou as associações de pais e outros setores interessados no tema.

Assinalou que o diálogo "é complicado" porque o Governo "mantém o mesmo discurso" e inclusive não levou em conta "nem a opinião do Conselho Escolar do Estado nem do Conselho de Estado", que criticaram fortemente este projeto.

Finalmente, Carbonel assinalou que os protestos de 12 de Novembro (12-N) podem ser suspensos se o Governo decidir retirar o projeto e promover "outro consenso".

Cem mil manifestantes de Valência

Por outro lado, o Presidente da filial valenciana do CONCAPA, Guillermo Pérez Bonmatí, informou que mais de cem mil cidadãos se preparam para partir rumo a Madri para participar do 12-N.

"Apostamos pela liberdade e qualidade da educação e por isso dizemos não ao fracasso escolar, ao desaparecimento dos concertos estabelecidos e sim à disciplina de religião, e pedimos uma lei que resolva o grave fracasso escolar", declarou à agência AVAN.

Entre outras organizações que expressaram sua "total adesão à convocação", estão a Federação Espanhola de Religiosos do Ensino na Comunidade Valenciana FERE-COVAL, a Federação de Centros de Ensino da Comunidade Valência (FECEVAL), a União Sindical Operária (USO) e a Federação de Associações Pais de Alunos (FAPACEVA).

Bispos da Catalunha se pronunciam

Através de um comunicado, os bispos da Catalunha expressaram seu rechaço à LOE porque "não reconhece suficientemente, mas sim relega, quando não esquece, alguns direitos fundamentais, que toda sociedade democrática e pluralista tem que garantir, que são direitos que vão unidos à liberdade religiosa e de consciência".

No texto, os prelados destacam que a sociedade em geral faça "valer seus direitos civis de uma maneira pacífica e democrática".