“A Igreja vos ama e precisa de cada um de vós para cumprir a sua missão ao serviço do Evangelho", disse o papa Francisco hoje, 25 de novembro, na mensagem para o próximo Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, 3 de dezembro.

Na mensagem "Vós sois meus amigos", o papa dirige-se às pessoas com deficiência e lembra-lhes "que a vocação do cristão é a amizade com Jesus Cristo e que “ter Jesus como amigo é a maior das consolações”.

“A amizade confiante e pessoal com Jesus pode ser a chave espiritual para aceitar as limitações que todos experimentamos e viver em paz a nossa condição”, destacou.

“Muitos de vós ainda hoje, infelizmente, são tratados como corpos estranhos à sociedade”, disse Francisco. “Sentem que vivem sem pertença nem participação. Ainda há tanto que impede de se beneficiar da plena cidadania”.

“A discriminação ainda está demasiado presente em vários níveis da vida social. Ela se alimenta de preconceitos, da ignorância e duma cultura que tem dificuldade em compreender o valor inestimável de toda a pessoa”, disse o papa. “O fato de se continuar a considerar a deficiência como se fosse uma doença contribui para vos estigmatizar mantendo segregada a vossa existência”.

O papa, em sua mensagem, também rejeitou algumas atitudes discriminatórias dentro da Igreja. Na verdade, ele afirmou que “a pior discriminação é a falta de cuidado espiritual, que às vezes se manifestou na negação do acesso aos Sacramentos, experimentada infelizmente por alguns de vós”.

Neste sentido, destacou que “o Magistério é muito claro nisto e, recentemente, o Diretório para a Catequese afirmou de forma explícita que ninguém pode recusar os Sacramentos às pessoas com deficiência”.

“Face às discriminações, é precisamente a amizade de Jesus, recebida por todos como um dom imerecido, que nos resgata e permite viver as diferenças como riqueza”.

Em sua mensagem, o papa também reconheceu as dificuldades que as pessoas com deficiência tiveram que enfrentar durante os piores momentos da pandemia de covid-19.

“Sei bem que a pandemia da Covid-19, da qual com dificuldade vamos saindo, teve e continua a ter repercussões muito duras na vida de tantos de vós”, disse ele.

Francisco referiu-se especificamente “à necessidade de permanecer em casa por longos períodos, à dificuldade que muitos estudantes com deficiência têm para ter acesso aos instrumentos de ensino à distância, aos serviços às pessoas que estiveram longamente interrompidos em vários países, e a muitos outros incômodos que cada de vós teve de enfrentar. Mas sobretudo penso em quantos de vós viveis dentro de estruturas residenciais e no sofrimento que implicou a separação forçada dos vossos entes queridos”.

“Nestes lugares, o vírus foi muito violento e, apesar de toda a dedicação do pessoal, ceifou muitas vítimas. Sabei que o papa e a Igreja estão particularmente próximos de vós, com afeto e ternura. A Igreja está ao lado daqueles dentre vós que ainda estão a lutar contra o coronavírus; como sempre, ela reitera a necessidade de se cuidar de cada um, sem que a condição de deficiência seja de obstáculo para o acesso aos melhores tratamentos disponíveis”.

O papa encorajou as pessoas com deficiência a permanecerem sempre próximas dos Evangelhos que “contam-nos que, quando algumas pessoas com deficiência encontraram Jesus, a sua vida mudou profundamente e começaram a ser testemunhas d’Ele”.

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