O Arcebispo de La Plata, Dom. Héctor Aguer, lamentou a "intolerância e fundamentalismo" do Ministro da Saúde, Ginés González García, que o acusou de "fanático e gorila" por denunciar a distribuição de anticoncepcionais e preservativos entre menores de 13 anos de idade.

A agência católica argentina AICA reproduziu as declarações do Arcebispo frente aos insultos do Ministro, conhecido por seu apoio ao aborto e o controle natal. "Li que o Ministro da Saúde da Nação me tratou de fanático e gorila. Permito-me devolver-lhe gentilmente a cortesia. Sua intolerância e seu fundamentalismo são coisa de admiração. É este um defeito bastante freqüente entre os se crêem ‘progressistas’", observou o Arcebispo.

Do mesmo modo, indicou que o Ministro "disse que ‘Deus perdoa, mas a AIDS não perdoa’. Deus perdoa se nos arrependermos e nos propomos emenda, não se perseverarmos em nosso engano. Se a AIDS não perdoa, o ministro deveria advertir, pelo menos, que as camisinhas que distribui não preservam absolutamente do contágio. Em vez disso, convida os jovens a brincar de roleta russa".

"Provavelmente, uma orientação estreita da disciplina sanitária o impede de compreender em sua complexidade o fenômeno da sexualidade humana e inseri-lo em uma visão integral da pessoa. É uma pena", acrescentou o Arcebispo.

Apesar dos insultos de González, o Ministério da Saúde reconheceu como um engano a distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais a menores de 6º e 7º série da EGB Nº 40 durante um bate-papo de "educação sexual".

Dom. Aguer acolheu a reação dos pais de família e lamentou na televisão que a educação sexual se converteu em "corrupção sexual".

Diante das críticas, o diretor da Região Sanitária 11 do Ministério de Saúde, José Luis Mainetti, declarou ao jornal Clarín que "o programa não contempla a entrega de material. Se isto ocorreu foi por um engano do pessoal e agora estamos investigando".