O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Alfonso López Trujillo, advertiu que os políticos, especialmente os católicos, deverão responder por seus atos perante a Eucaristia, devido à grande responsabilidade que têm na sociedade.

Durante a inauguração de um curso da Fundação Universitária Espanhola, o Cardeal se referiu às novas legislações sobre o matrimônio e a família, amparadas em "novos direitos que não têm razão de ser" e obedecendo ao capricho de interesses.

"Não são mais responsáveis aqueles que estão moldando a sociedade a seu desejo, tratando o homem segundo suas concepções e caprichos e impondo um estilo de vida e leis que ocultam a idéia do que o legal é moral?", questionou o Cardeal.

Do mesmo modo, assinalou que "os políticos têm que interpelar-se para saber se podem encontrar o Senhor através da Eucaristia".

Durante sua intervenção, recolhimento pelo órgão informativo da arquidiocese de Madri "Análise Digital", o Cardeal recordou que a família é uma instituição anterior ao Estado e não uma concessão deste.

"Já no pensamento de Aristóteles e Platão se defende que a família não é criação do Estado, não é uma amável concessão dos legisladores, mas sim é anterior e superior ao Estado", afirmou.

Do mesmo modo, recordou que "os direitos humanos vão às raízes da dignidade do homem". Entretanto, assinalou que na atualidade estamos submetidos "a um relativismo dos direitos" que são defendidos "com novos critérios", um dos quais, o de não discriminação, é valorizado por muitos políticos mas de maneira equivocada.

"Vivemos em um momento em que há uma inflação de direitos, mas que são ideologicamente assumidos de maneira que a liberdade que dizem querer só se aplica em um sentido e se discrimina aos que não pensam o mesmo", explicou. Isto, indicou, está trazendo graves conseqüências ao matrimônio e à família.

Durante sua intervenção, o Presidente do Dicastério assinalou que quando não existe "uma visão da lei natural" e se vive uma "ausência de uma antropologia coerente", a autoridade que possuem os legisladores se torna caprichosa e "acreditam que tudo podem fazer".

Finalmente, recordou que as famílias têm direito a organizar-se politicamente para exigir o respeito de suas funções e soberania. "Se deixamos passar impunemente tudo o que acontece na sociedade, sem uma luta de pensamento e de presença, que olhe para o futuro, cairemos em uma rendição", advertiu.