O Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Bergoglio, alentou a saber escolher as cinco pedras para ganhar a batalha" para vencer o "Golias da superioridade armada, da ideologia que não é fecunda, das lembranças melancólicas de tipo proustiano, dos impérios", na educação dos argentinos.

Durante o Foro de Educação realizado no Colégio Misericórdia, organizado pela Arquidiocese de Buenos Aires, o Cardeal Bergoglio pediu "sair da escola onipotente e da escola impotente, porque ambas são soluções falsas".

Depois de reiterar aos três mil docentes presentes que a primeira "pedra" é "entrar e se encarregar", o Cardeal assinalou que os pais, a quem falará no sábado, "estão desorientados e em uma séria crise por não se envolverem".

"A segunda pedra é contra a mediocridade e a banalização. Pertencer a uma comunidade, procurar novas alianças. Isso cria mística do docente e isso gera um grupo com muitos que querem o bem. O adolescente aprende com o clima, com o ambiente. A mística é um clima", prosseguiu.

Para o Arcebispo, a terceira pedra é a inovação, uma "sã rebeldia" emoldurada na segurança e o risco, porque "não se pode educar só com risco, ou só com marco de segurança", explicou.

"A quarta –continuou– é observar novos horizontes, a história caminha. Há melancólicos fundamentalistas do passado que fracassaram; que querem reinstalar o passado", indicou e recordou que "o jovem sempre traz algo bom", por isso o professor deve "projetar a sabedoria de nossos antepassados, porque nem tudo o que é novo é mau. O mau é o novo pelo novo".

O Arcebispo propôs, por último, "deixar uma marca" nos alunos a quem formam. "É a herança do docente que pode dar com a mística do humor e do entusiasmo. Não docentes com caras tristes e amarguradas, que são justificáveis porque ganham uma miséria", precisou.