O Parlamento Europeu concedeu hoje o Prêmio Sajarov, considerado o maior prêmio outorgado pela defesa dos direitos humanos, às Damas de Branco, o grupo de familiares de presos políticos cubanos que vai à igreja Santa Rita de Havana para rezar por sua liberdade.

O movimento reúne as esposas, mães, irmãs, filhas e outras mulheres familiares dos 75 dissidentes condenados a penas de até 28 anos em março de 2003. Vestidas de branco, celebram reuniões, veladas religiosas, assistem a Missa juntas todos os domingos e partem pacificamente exigindo sua libertação.

As Damas de Branco compartilharão o prêmio, avaliado em 50 mil euros com outros dois candidatos finalistas ao prêmio: Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e a advogada nigeriana Hauwa Ibrahim.

A candidatura das Damas de Branco cubanas foi apresentada pelos deputados do Partido Popular Europeu (PPE), Gerardo Galeote e José Ribeiro de Castro.

Justificaram seus motivos com o argumento de que se trata de um "grupo de mulheres de pé pelos direitos dos presos políticos cubanos, protestando pacificamente, vestidas de branco como símbolo de paz e da inocência de seus maridos".

"Estamos muito contentes, mas a celebração é continuar nossa luta, continuar assistindo a nossas missas todos os domingos e continuar até que todos sejam libertados", afirmou Gisela Magro, esposa do Héctor Palácios, condenado a 25 anos, ao saber da notícia.