O arcebispo de Juiz de Fora (MG), dom Gil Antônio Moreira, e diretores de escolas católicas enviaram uma carta à prefeita da cidade, Maria Margarida Martins Salomão, pedindo o “retorno imediato das aulas presenciais ou híbridas. “Com milhares de adolescentes fora das salas de aula, o aprendizado está sendo comprometido, sem contar o fator emocional que também pesa sobre crianças e adolescentes, que, ansiosas com o demasiado tempo de tela e sem a presença de colegas da mesma faixa etária, sofrem ainda mais”, afirmaram na carta protocolada no dia 18 de agosto.

As aulas presenciais em Juiz de Fora estão suspensas desde o final de março de 2020, como medida de combate à pandemia de covid-19. Na terça-feira, 17 de agosto, houve uma audiência pública na Câmara Municipal para debater o retorno às aulase. A secretária de educação, Nádia Ribas, não confirmou uma data de retorno, mas disse que uma das condições colocadas pela prefeitura é a aplicação da segunda dose da vacina nos profissionais da educação, o que deve ocorrer em setembro.

O arcebispo e os diretores de escolas disseram que o retorno das atividades escolares deve “cumprir os rigorosos protocolos sanitários emitidos pelas autoridades competentes” e que as escolas estão preparadas para seguir tais protocolos. “É preciso um ato de confiança na ciência, em Deus, na vida. É hora de voltarmos com as nossas tão salutares aulas escolares”.

Na carta, afirmaram ainda que “a humanidade, com esforços dos profissionais de saúde e pesquisadores, já adquiriu conhecimentos significativos sobre a doença e seu combate, desde o uso de máscaras até medicamentos e vacinas”. Diante desses avanços, disseram, “a comunidade internacional atesta que o retorno das atividades escolares presenciais não é mais um ato de imprudência, mas de confiança, seguindo os cuidados preventivos”.

O retorno das aulas presenciais em Juiz de Fora chegou a ser debatido na Justiça. Em junho, atendendo a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), uma decisão judicial determinou que a cidade deveria seguir o programa estadual “Minas Consciente”, em relação ao enquadramento das atividades nas ondas de classificação da pandemia para a microrregião. A prefeitura recorreu e recebeu parecer favorável para seguir o próprio programa, o “Juiz de Fora pela Vida”. Foi estabelecido também que a prefeitura teria 15 dias para apresentar um programa de critérios para o retorno das aulas.

O programa de critérios da prefeitura de Juiz de Fora foi apresentado no final de julho. Entre os pontos estabelecidos estão a imunização completa dos trabalhadores da educação e que o município esteja na faixa amarela do “Juiz de Fora pela Vida”. No início de agosto, o MPMG alegou que a divulgação dos critérios tinha sido descumprida pela prefeitura e comunicou ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Mas, o TJMG deu parecer favorável à prefeitura.

Confira também: