A diocese de Las Cruces, no Novo México, EUA, reagiu ao senador estadual Joe Cervantes, democrata, dizendo que a comunhão lhe foi negada numa missa depois que ele tinha sido advertido de forma privada de que isso iria acontecer em função de seu apoio constante a uma lei pró-aborto aprovada no Estado da qual ele foi um dos proponentes.

Em um tuíte de 17 de julho, Cervantes disse ter sido “recusado na comunhão pelo bispo católico de Las Cruces e com base em meu cargo político.” Cervantes também disse que “o novo pároco indicou que vai fazer a mesma coisa depois que o último (pároco) foi embora.” O senador estadual acrescentou: “Por favor, rezem pelas autoridades da Igreja enquanto o catolicismo faz uma transição sob o papa Francisco.”

O diretor de comunicações da diocese de Las Cruces disse à CNA que é “uma pena que um assunto pastoral com um membro da igreja local ganhe publicidade.” Ele disse que tanto o pároco quanto o bispo procuraram Cervantes várias vezes em relação ao apoio dele à lei sobre aborto, avisando que ele não deveria comungar. “Não aconteceu como inspiração do momento”, disse Velasquez. “Quanto à diocese, lamentamos a decisão do senador Cervantes de politizar esse assunto”.

Ele observou que o bispo Peter Baldacchino procurou Cervantes pessoalmente em relação a seu apoio a uma lei pró-aborto aprovada neste ano. “O bispo Baldacchino não recebeu uma resposta do senador”, disse Velasquez, acrescentando, que Cervantes “foi contatado muitas vezes antes para avisar que, se votasse a favor da lei, não deveria se apresentar à comunhão.”

A lei em questão, de cuja proposta participou Cervantes, revogou uma lei estadual de 1969 que criminalizava o aborto e que não foi aplicada desde que, em 1973, a decisão da Suprema Corte dos EUA conhecida como Roe x Wade legalizou o aborto no país. Os partidários da lei proposta por Cervantes temem que a criminalização do aborto volte se a Suprema Corte vier a revogar a decisão de Roe x Wade. A lei foi promulgada pela governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, democrata, no primeiros semestre deste anos.

Velasquez disse que a decisão de negar a comunhão a Cervantes “não tem nada a ver com seu cargo ou com sua política, tem a ver com essa lei em particular, por causa do que ela acarreta.” O bispo Baldacchino tem uma “política de portas abertas” às sextas-feiras se membros da diocese tem alguma questão ou preocupação, disse Velasquez. “É uma prioridade dele ser acessível”.

Cervantes não respondeu a um pedido de entrevista pela CNA.

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