O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano e Integral, cardeal Peter Turkson, pediu que os direitos dos trabalhadores mais humildes e marginalizados, e os dos povos indígenas, sejam defendidos porque são os que mais sofrem as consequências da pandemia da covid-19. Entre os trabalhadores mais humildes Turkson arrolou “catadores, vendedores ambulantes, artesãos, pescadores, agricultores, construtores, mineiros, trabalhadores de empresas recuperadas, cooperativas de todo tipo, trabalhadores de setores populares, trabalhadores de bairros e aldeias”.

O cardeal falou no IV Encontro Mundial de Movimentos Populares, que ocorreu online, no dia 9 de julho. Turkson defendeu “uma mudança de coração”, que nasce a partir do encontro com a dor dos que sofrem a injustiça, e pediu o compromisso “para colocar a economia ao serviço da pessoa” e torná-la “justa”, já que “os pobres não só sofrem a injustiça: eles também lutam contra ela”.

Para o cardeal, é necessário enfrentar “as causas da pobreza e da injustiça”, porque estes desafios “não podem ser enfrentados sozinho”. Ele falou da importância de atuar “com coragem, com inteligência e com tenacidade e não com fanatismo e violência”.

“Precisamos da solidariedade entre nós, que é a base de uma cultura popular que nasce nas periferias, criando um nível muito profundo nas relações entre as pessoas, promovendo a integração na sociedade”, advertiu.

Por último, Turkson disse ser importante “lutar contra a cultura da indiferença” e defender o “trabalho decente, lutando para criar empregos dignos” através da promoção de uma “economia comunitária e social que proteja a vida das comunidades, onde a solidariedade prevaleça sobre o lucro”. “Ao buscar a nossa própria dignidade, também protegemos a dos outros”, concluiu.

A segunda parte do IV encontro está prevista para setembro de 2021 e os organizadores esperam poder “dialogar com o papa Francisco”.

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