REDAÇÃO CENTRAL, 5 de jul de 2021 às 12:20
A Federação Internacional Una Voce (FIUV), organização católica que promove a missa na forma extraordinária do rito romano pediu ao papa Francisco que a proteja dos ataques de quem desejaria vê-la “explicitamente suprimida”.
Em mensagem publicada em 4 de julho no jornal italiano La Repubblica, o presidente da FIUV, o mexicano Felipe Alanis Suarez, disse que, depois da publicação da carta apostólica Summorum Pontificum, que liberou o uso da missa tradicional ou tridentina, houve “um constante crescimento no número de celebrações da antiga missa latina e dos seus frutos espirituais”.
Segundo a FIUV, uma pesquisa realizada em 2020 com participantes de 364 dioceses de 52 países mostrou que “a missa latina é profundamente apreciada por grupos de fiéis de todas as idades, especialmente famílias com crianças, jovens e convertidos, de todos os ambientes sociais e culturais, em todos os continentes e em um cada vez maior número de países”.
“Em muitas áreas, a crescente disponibilidade desta missa favoreceu a normalização das relações entre os fiéis ligados a ela e seus bispos, relações cada vez mais caracterizadas pelo mútuo entendimento e respeito”, diz a mensagem publicada pela FIUV.
No entanto, lamentou a federação, “temos notado que, de forma contrária à política prévia da Santa Sé, ainda há pessoas dentro da Igreja, incluindo alguns bispos, que gostariam de ver a forma extraordinária do rito romano suprimida explicitamente, ou sujeita a maiores restrições”.
Para a FIUV, “o crescente interesse na liturgia tradicional não se deve à nostalgia por um tempo que não recordamos, ou a um desejo de rigidez: trata-se da abertura ao valor de algo que, para a maioria de nós, é novo e inspira esperança”.
“O papa Francisco descreveu a antiga liturgia em termos de um ´sentido de adoração´ (entrevista coletiva de 28 de julho de 2013), podemos também aplicar-lhe as suas palavras: uma ´história viva que nos acolhe e nos empurra para a frente' (Evangelii Gaudium 13)”, diz a federação.
“Hoje nós só desejamos fazer parte dessa ´grande orquestra´ da ´unidade na variedade´ que, como disse o papa Francisco (Audiência Geral de 9 de outubro de 2013), reflete a verdadeira catolicidade da Igreja.
A FIUV frisou que “a carta apostólica Summorum Pontificum continua transformando os conflitos do passado em harmonia: desejamos que possa continuar a fazê-lo”.
A Federação Internacional Una Voce foi fundada em 1965. Seu objetivo é buscar que “o rito romano tradicional seja mantido como uma das formas de celebração litúrgica da Igreja, salvaguardar e promover o uso do latim, o canto gregoriano e a sagrada polifonia, assim como todas as tradições sagradas, artísticas, literárias e musicais da Igreja romana em toda a sua beleza e integridade”.
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— ACI Digital (@acidigital) June 4, 2021