O arcebispo de Valência, cardeal Antonio Cañizares, publicou no jornal La Razón um artigo intitulado “Precisões a coisas que têm sido ditas” em que lamenta tanto a entrada em vigor da lei da eutanásia na Espanha.

Para o cardeal Cañizares, trata-se de uma “lei iníqua, criminosa, antivida, antihumana, anti-social, contrária inteiramente ao bem comum” e que tem sido “imposta ditatorialmente, sem consultas prévias obrigatórias indicadas pelas leis espanholas, lei aprovada por uma escassa maioria parlamentar”.

O cardeal também fez um chamado à esperança e “uma chamada urgente a que todos apostemos pela vida em todas as fases e circunstâncias da vida, e adotemos a resolução, simples e clara, de preencher a folha ou declaração de nossas últimas vontades e façamos nosso testamento em vida”.

O Cardeal Cañizares também se pronunciou sobre o perdão concedido pelo governo da Espanha aos políticos catalães até agora presos por terem feito o referendo ilegal pela independência da Catalunha, em 2017. Ele qualificou o indulto como um fato “muito grave que abriu a porta à destruição da unidade da Espanha”. Segundo o cardeal, a Igreja sempre ensinou que através do “quarto mandamento, o amor e a proteção aos pais, se inclui também o amor, a proteção e a defesa da pátria”.

O arcebispo de Valência afirmou que “a Constituição não é um dogma fé, mas sim o critério e pauta obrigatória a ser seguida e obedecida adequadamente”. “Para o bem de todos, para o bem comum e para o bem futuro devemos repensar muito as coisas e encontrar caminhos e respostas para o bem e salvação de tudo”.

Dom Cañizares assegurou que se trata de uma questão de justiça. Pela unidade dos povos espanhóis, “o respeito por cada um deles deve ser assunto de todos, afeta a todos. Qualquer solução que seja arbitrada por uma das partes, seja ela qual for, deve levar em consideração a todos, e esse é mais um endosso a favor da unidade”.

O conselho de ministros do governo de Pedro Sánchez aprovou o perdão dos políticos catalães independentistas. Pedro Sánchez, presidente do governo e líder do PSOE, governa a Espanha graças a uma coalizão com Unidos podemos, que reúne partidos da extrema esquerda, e ao apoio parlamentar de outros partidos, incluindo os partidos nacionalistas e independentistas catalães.

Dezoito pessoas foram haviam sido processadas por crimes de sedição, desvio de verbas públicas e desobediência civil. Em outubro de 2019, saíram as condenações a penas de 9 a 13 anos de prisão.

O governo afirmou que os indultos se apoiam no conceito de “utilidade pública”, ou seja, que são positivos para o interesse geral, porque pode ajudar a resolver o conflito na Catalunha.

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