O arcebispo de Madri, cardeal Carlos Osoro, presidiu uma missa de ação de graças pela declaração como venerável de Amparo Portilla, mãe de 11 filhos que foi líder da Obra Apostólica Familiar na Espanha e morreu em 1996. A celebração foi realizada na quarta-feira, 28 de junho, na cripta da catedral da Almudena na capital espanhola.

Durante a homilia, o cardeal Osoro afirmou que a nomeação como venerável de Amparo Portilla era “algo esperado” e que “nos enche a todos de alegria”. “Uma pessoa é declarada venerável pela Igreja quando se constata que houve um seguimento ao Senhor”, explicou.

O cardeal agradeceu ao Senhor “por tê-la tido entre nós”, pois agora “sua existência proclama a glória de Deus” ao ser proclamada e reconhecida como venerável.

“Há pessoas com as quais a gente se encontra na vida e que nos oferecem o que elas têm, o que é abundante na sua vida: pessoas que vivem uma amizade especial com Deus e que a expressam e manifestam na sua forma de viver, na família, entre os amigos, entre as pessoas que conhecem. ´Eu te dou o que eu tenho´, que é o amor de Cristo”, disse o cardeal, fazendo referência a Amparo Portilla.

O cardeal encorajou os fiéis viver “também dando esse amor e essa cura, que às vezes não é uma cura como um milagre”, mas sim o dom do amor de Deus. Pessoas assim “nos fazem sentir à vontade com eles e nos fazem sentir o que é importante e o que é secundário em nossa vida”.

“O amor de Deus é o importante, e quando experimentamos esse amor através de pessoas concretas que apareceram em nossa vida, é uma graça. Nós continuaremos rezando e continuaremos invocando para que esta mulher venerável faça esse milagre necessário para que possamos continuar crescendo nesse reconhecimento dado pela Igreja, não somente nesse processo de venerável beato e santo”, afirmou o cardeal Osoro.

O arcebispo de Madri também disse que, com o exemplo de Amparo Portilla, reconhecemos que “há pessoas que estiveram ao nosso lado em nossa vida que nos deram e nos fizeram perceber o amor de Deus”.

“Nós damos graças ao Senhor, especialmente aqueles que a conheceram, os filhos e amigos, pessoas próximas, porque vocês também descobriram que o amor de Cristo chegou às suas vidas através dela. Hoje não queremos canonizá-la porque não podemos fazê-lo, mas esperamos que assim seja”, acrescentou.

E animou a pedir ao Senhor que “nos faça perceber a urgência que temos de colocar nossa vida à disposição de Deus, à disposição dos outros. Porque não é possível estar à disposição de Deus se não estou disponível para os outros”.

Breve biografia

Amparo ou Maria dos Desamparados nasceu em 26 de maio de 1925 em Valência, na Espanha.

Mudou-se para Madri e casou-se em 1950 com Federico Romero, com quem teve 11 filhos. Incorporou-se à Obra Apostólica Familiar, tornando-se, junto com seu esposo, líder nacional.

Comprometeu-se a difundir as práticas religiosas na família, participando de vários programas de televisão que tratavam sobre questões familiares.

Amparo via a mão de Deus em cada evento da sua vida. Buscou fazer a sua vontade, confiando sempre nele e ensinando os seus filhos a comportar-se da mesma maneira.

Na oração simples, constante e filial, encontrou a força para apreciar a vida quotidiana, amar o marido e os filhos sem descuidar a atenção aos outros. Na oração buscou apoio para abraçar os momentos da cruz, especialmente diante da adversidade e da doença.

Em 1994, foi diagnosticada com câncer no pulmão e começou a orar à Mãe de Deus na devoção da Mãe da Misericórdia.

Aceitou serenamente a doença e ofereceu suas dores a Deus por seus filhos. As pessoas que a visitavam eram convidadas, com um sorriso, a confiar sempre no Senhor.

Faleceu em 10 de maio de 1996. Seu maior desejo era ver, algum dia, toda sua família reunida no céu.

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