O povo de Gibraltar aprovou em referendo a legalização do aborto no território britânico na península Ibérica. Foram 7.656 votos a favor e 4.520 contra. A votação aconteceu no dia 24 de junho, após ter sido adiada a partir de março de 2020 por causa das medidas de combate à pandemia de covid-19. Mais de 23 mil dos 32 mil cidadãos de Gibraltar podiam votar. Cerca de 25 mil habitantes de Gibraltar são católicos.

Até agora, o aborto era punível com prisão perpétua em Gibraltar, exceto em caso de risco de vida para a mãe. Em 2019, o parlamento de Gibraltar aprovou o aborto até 12 semanas de gravidez se houver risco à saúde física ou mental ou física da mulher. O aborto também será permitido a qualquer momento da gestação se a criança tiver anormalidade grave.

O Movimento Gibraltar Pró-Vida se opôs ao projeto de lei e liderou a campanha "Salve os Bebês, Vote Não" antes do referendo. Cerca de 500 pessoas participaram da Marcha pela Vida do grupo em 15 de junho.

As igrejas da única diocese de Gibraltar sediaram adorações eucarísticas e outros eventos de oração antes da votação. O Bispo Carmel Zammit de Gibraltar emitiu uma carta pastoral em 19 de junho, instando os gibraltinos a defenderem o direito à vida.

"Apresenta-se para o povo de Gibraltar uma escolha: escolher entre a vida ou a morte; escolher se os mais vulneráveis em nossa sociedade continuarão a gozar do atual status do direito à vida, ou se estarão sujeitos a um alargamento significativo dos fundamentos para seu término legal", escreveu ele.

"Votar 'não' é defender enfaticamente o direito à vida, tal como está consagrado atualmente na Constituição de Gibraltar".

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