O cardeal Blaise Cupich, arcebispo de Chicago, dirigirá uma das três "equipes de inspeção" das atividades do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral da Cúria Romana. É a terceira inspeção em poucos meses em dicastérios da Cúria Romana.

Segundo Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, “a visita ao Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral se insere neste contexto de um exame normal da atividade dos dicastérios, com o objetivo de adquirir uma representação atualizada das condições em que atuam”.

Com a nomeação de Cupich, o papa Francisco dá visibilidade a um dos maiores apoiadores do presidente dos EUA, Joe Biden, no episcopado americano. Cupich criticou a nota do presidente da conferência episcopal dos EUA, José Gonzales, arcebispo de Los Angeles, quando da posse de Biden, em janeiro, e é um dos que se opuseram à declaração sobre “coerência eucarística” que a conferência episcopal prepara. Em ambos os casos o tema era o fato de que Biden se apresenta como católico, mas tem posições públicas contrárias ao ensinamento da Igreja sobre aborto e o movimento LGBT. Cupich, afirmou em entrevista ao grupo ACI seria "contraproducente" negar a santa comunhão em sua arquidiocese aos legisladores que defendem uma lei abortista.

O papa Francisco já ordenou duas outras inspeções. Uma, na Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, foi feita pelo bispo de Castellaneta, Itália, dom Claudio Maniago. Depois da inspeção o arcebispo Arthur Roche foi nomeado prefeito no dia 27 de maio deste ano. Na Congregação do Clero, o bispo italiano Egidio Miragoli ainda está fazendo a inspeção. Mesmo assim, Francisco nomeou o bispo coreano Lazzaro You Heung-sik prefeito desse dicastério no último 11 de junho.

O prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral da Cúria Romana desde 2017 é o cardeal Peter Turkson, ganense de 72 anos. Ele já foi prefeito do Pontifício Conselho Justiça e Paz de 2009 a 2016 e está, portanto, em seu terceiro mandato na Cúria. O organismo conta com um secretário, Padre Bruno Maria Duffé; um secretário adjunto, padre Augusto Zampini; e cinco subsecretários: irmã Alessandra Smerilli, dom Segundo Tejado Munoz, padre Nicola Riccardi, além dos dois subsecretários dedicados à Seção de Migrantes e Refugiados, o cardeal jesuíta Michael Czerny e padre Fabio Baggio.

O dicastério foi criado pelo papa Francisco em 2016 e seus estatutos aprovados em 2017, por um período experimental de cinco anos. Com a aproximação do final desse período, especulam-se mudanças. Segundo o projeto de reforma da Cúria, os cargos de liderança na Santa Sé só poderão ser exercidos por dois mandatos de cinco anos. Isto poderia levar Francisco a considerar a substituição do Cardeal Turkson, ainda que, à frente do Dicastério para o Desenvolviento Humano Integral, ele esteja terminando o primeiro mandato.

No momento, o dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral conta com 49 funcionários, incluindo o prefeito. Destes, 23 são mulheres, cinco das quais, religiosas, 12 são leigos e 14 são membros do clero.

Análise de Andrea Gagliarducci publicada 24 de junho de 2021 em ACI Stampa, traduzida e editada por Rafael Tavares, ACI Digital.

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