A iniciativa Jornada de Oração e Missão, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN), rezará pela paz em Moçambique no próximo dia 1º de julho. O país africano enfrenta, desde 2017, ataques de grupos extremistas muçulmanos.

Moçambique esteve em uma guerra civil que matou mais de 1 milhão de pessoas durante as décadas de 1970 a 1990. Agora, o país vive sob ataques de radicias muçulmanos. Entre as regiões mais atingidas está Cabo Delgado. Segundo a Fundação ACN, desde 2017 a província é palco de ataques de grupos armados que “reivindicaram a sua ligação com os jihadistas do grupo Estado Islâmico e levou a região a uma situação de crise humanitária profunda”. Estima-se que os atentados já deixaram mais 2,5 mil mortos e 750 mil deslocados.

A jornada de oração faz parte de uma série, na qual se sublinha o valor da oração como “agir missionário”. Acontece no dia primeiro de cada mês, em memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões.

Para o assessor da comissão para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, padre Daniel Rochetti, com esta iniciativa, “a gente motiva as pessoas a entenderem que a oração se torna também missão quando a gente traz no coração, nas contas do terço, na participação da missa aquela determinada intenção”. “O magistério papal sempre destaca a importância de contribuir com a missão, com a vida, com a oração e com ajuda financeira dando sustento para os missionários naquele determinado país”, disse ao site da CNBB.

A Igreja no Brasil possui um trabalho missionário em Moçambique há anos. Desde 1995, missionários enviados pelo Regional Sul 3 da CNBB, que reúne toda a igreja do Rio Grande do Sul, atuam na Arquidiocese de Nampula. Além disso, o Regional Sul 1, que engloba o estado de São Paulo, envia missionários para a diocese de Pemba, desde 2018. Já na região de Dombe, na diocese de Chimoio, está instalada desde 2006 a Fazenda da Esperança, comunidade terapêutica católica fundada no Brasil que acolhe dependentes químicos e outros vícios.

O bispo brasileiro dom Luiz Fernando Lisboa esteve à frente da diocese de Pemba, em Cabo Delgado, de 2013 a fevereiro deste ano, quando foi transferido pelo papa Francisco para a diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Antes ele já havia vivido como missionário em Moçambique de 2001 a 2010.

Em diversas ocasiões, dom Luiz Fernando Lisboa denunciou a violência vivida em Cabo Delgado. Ao falar durante uma reunião do Parlamento Europeu no dia 3 de dezembro de 2020, o bispo afirmou que Moçambique passava por uma a situação de urgência humanitária. “É uma tragédia humana, é uma crise humanitária muito forte porque as pessoas, a maioria, saíram [de suas casas] deixando tudo para trás”, afirmou. “Não param de chegar pessoas em vários distritos e nós estamos tentando atender as necessidades mais básicas, que é a alimentação, água, roupas, esteiras, cobertores, arranjar um lugar para ficar”, disse.

Após a sua nomeação para a diocese de Cachoeiro do Itapemirim, dom Lisboa disse em um telefonema à Fundação ACN Portugal que o que viveu em Moçambique “foi uma experiência muito forte, uma experiência de cruz, uma experiência de dor”.

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