A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) anunciou que no dia 20 de abril publicará o relatório "Liberdade Religiosa no Mundo 2021", que "busca dar um novo impulso à defesa da dignidade humana".

O presidente executivo internacional da ACN, Thomas Heine-Geldern, disse que “com o nosso relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, queremos levantar as nossas vozes para falar em nome daqueles que já não podem e daqueles que são perseguidos e oprimidos em todo o mundo por causa de sua fé”.

Segundo Heine-Geldern, o documento será apresentado em Roma e em outras cidades ao redor do mundo "para atingir, com este relatório, o maior número possível de pessoas e atingir um amplo público em geral interessado nos direitos humanos".

No Brasil haverá um evento de apresentação no dia 27 de abril, a partir das 19h, com transmissão pelos canal da ACN Brasil no Youtube e pelo Facebook da ACN Brasil com as participações já confirmadas de Dom Walmor de Oliveira, presidente da CNBB; Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo; e Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.

ACN é a única instituição católica internacional que examina e analisa regularmente a situação da liberdade religiosa nos 196 países do mundo. O Relatório Liberdade Religiosa no mundo foi publicado pela primeira vez em 1999 e este ano será a sua décima quinta edição.

Com o relatório, a fundação pontifícia segue o espírito da Igreja universal e o desejo do papa Francisco de “dar um novo impulso à defesa da liberdade religiosa e das bases da dignidade humana”, frisou Heine-Geldern.

Disse ainda que com a publicação do relatório a ACN cumpre um dos três pilares da sua missão de ser fonte de informação, oração e caridade ativa.

Graças ao relatório, que cobre todas as crenças religiosas e foi elaborado por especialistas na área, “podemos dialogar com muitos de nossos concidadãos sobre o tema da liberdade religiosa, despertando seu interesse e conscientizando”, concluiu.

O relatório foi elaborado por 30 autores, especialistas independentes e equipes de pesquisa em universidades e centros de estudos de diferentes continentes, que nos últimos dois anos analisaram "cada país do mundo, seguindo critérios objetivos e uma metodologia precisa", frisou a ACN.

“Uma das novidades deste relatório 2021 é “a classificação dos países em uma nova categoria ‘em observação’, que inclui aqueles países onde o estado de liberdade religiosa apresenta sinais preocupantes”, acrescentou.

Para a fundação pontifícia, o documento quer sublinhar “a importância de ter e exercer em liberdade este direito fundamental [da liberdade religiosa], imprescindível para a dignidade humana e o desenvolvimento próspero das sociedades”.

No final de 2020, Heine-Geldern assinalou que a pandemia da Covid-19 "enfraqueceu ainda mais o direito à liberdade religiosa" e que muitos cristãos viveram "um verdadeiro caminho da cruz da pobreza, exclusão e discriminação" por causa de sua fé.

Por exemplo, alertou que em 2020 houve "ataques mortais contra os cristãos", especialmente na África, que "voltou a ser um 'continente de mártires'".

Explicou também que a Igreja Católica nesses lugares "costuma ser o único refúgio" para os cristãos "quando as instituições públicas" ou os canais oficiais do governo falham, portanto, disse que lançaram um programa de ajuda emergencial.

No ano passado, Heine-Geldern anunciou que a ACN planejava se focar em 2021 a atenção aos "países do Sahel africano e Moçambique, onde o extremismo religioso e a presença de radicais islâmicos violentos estão em ascensão". “Não devemos deixá-los sozinhos", disse.

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