A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) pronunciou-se sobre a morte de imigrantes africanos que tentavam entrar em território espanhol na cidade autônoma da Ceuta (Marrocos) e considerou que "nada pode justificar a morte de quem tenta cruzar uma fronteira".

Através de uma nota da Comissão Episcopal de Migrações, os bispos pediram procurar meios "legítimos e proporcionais" para impedir o cruzamento ilegal da fronteira marroquino-espanhola.

Os prelados acrescentaram que "somente impedindo, embora sempre com meios legítimos, que os imigrantes cruzem nossas fronteiras ou devolvendo, se o conseguirem, não solucionam os problemas dos imigrantes".

Do mesmo modo, reconheceram que os grandes problemas que originam os movimentos migratórios "são geralmente de caráter econômico e têm sua raiz na injusta distribuição das riquezas, do desenvolvimento e do bem-estar". "As soluções, nada fáceis, têm que começar por tentar erradicar as causas", indicaram, e fizeram um chamado à comunidade internacional a uma maior generosidade e cooperação.

"Enquanto não se ataque a solução destes problemas em sua raiz, continuará havendo movimentos migratórios, algumas vezes regulados, outras espontâneos e outras ‘desesperados’, como nas últimas tentativas, com trágicos resultados", observaram no comunicado publicado nesta terça-feira.

A Comissão Episcopal de Migrações ofereceu seu apoio e solidariedade a quem necessitar, assim como sua oração pelos falecidos e seus familiares.

O comunicado avaliou que a recente "morte de vários imigrantes sub-saarianos" agrava a "já por si mesma dramática situação de milhares de imigrantes africanos" que querem entrar ilegalmente nas cidades espanholas de Ceuta e Melilla localizadas em Marrocos.

As recentes mortes se somam às ocorridas nos naufrágios de pateras no Estreito ou na travessia para as Ilhas Canárias e aos vários mortos e numerosos desaparecidos perto de Fuerteventura.