O prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil, criticou a igreja de São Sebastião, na capital mineira, por acolher fiéis no domingo, 21 de março, para receber a Comunhão.

“Enquanto os evangélicos estão em colaboração máxima, a Igreja de São Sebastião fez isso...”, postou Kalil em seu Twitter, com o link de uma matéria sobre a presença dos fiéis na igreja.

O templo, com capacidade para mil pessoas, acolheu cerca de 100 fiéis no momento da Comunhão. O pároco de São Sebastião, Pe. José Cândido, explicou ao site ‘Estado de Minas’ que celebrou a Missa das 11h de domingo sem a presença de fiéis. Entretanto, “muitas pessoas, como vem ocorrendo desde o início do decreto, ficam do lado de fora assistindo à celebração pelo celular”.

Segundo ele, “uma porta lateral estava aberta e elas entraram por ali. Eu não teria coragem de mandá-las embora. Então, distribuímos a comunhão”, declarou.

Segundo decreto da prefeitura de Belo Horizonte, estão “suspensos cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo, sendo permitido que os espaços religiosos fiquem abertos, desde que adotadas as medidas de prevenção ao contágio e contenção da propagação da covid-19 estabelecidas pelas autoridades de saúde”.

A Arquidiocese de Belo Horizonte afirmou por meio de nota que após o pedido da prefeitura para que as igrejas não recebam fiéis, “imediatamente, a Cúria Metropolitana orientou os padres a acolherem o pedido do poder público”. Mas, ressaltou que “os templos podem permanecer abertos para orações individuais”.

“Importante lembrar que a Arquidiocese de Belo Horizonte, ainda em 2020, publicou diretrizes para o enfrentamento da Covid-19 – o documento Evangelização Missionária: um novo tempo. Entre as diretrizes, está a orientação para que as comunidades de fé respeitem e cooperem com as autoridades de saúde, pois o enfrentamento da pandemia exige a união de todos”, acrescentou.

Ao site ‘O Tempo’, Pe. Cândido afirmou que não havia pessoas na Igreja durante a Missa. Mas, “como a própria norma da Arquidiocese permitia que se oferecesse assistência religiosa, comunhão durante o dia e que a igreja ficasse aberta”, observou que as pessoas estavam se aglomerando em espaços menores. “Já a igreja é ampla, por isso preferimos abrir, discretamente, sem falar, sem divulgar, para as pessoas que estavam aglomeradas”, relatou.

“Nós sabemos que o povo está muito angustiado, que a oferta da Eucaristia, da Palavra de Deus é conforto, é esperança, e isso ajuda a gente a passar esse momento, esse é o nosso serviço e fui ordenado padre para isso”, sublinhou o pároco.

Após a reclamação do Prefeito, Pe. José Cândido afirmou ao ‘Estado de Minas’ que irá “manter a igreja fechada o tempo todo da Missa e distribuir a comunhão aos fiéis, nos carros que estiverem estacionados no entorno da igreja”.

Embora decreto municipal de Belo Horizonte determine a suspensão de Missas com a presença de fiéis, o plano Minas Consciente – de contingência a Covid-19 do estado de Minas Gerais – permite a realização de celebrações Eucarísticas públicas, mesmo na chamada “onda roxa”, a mais restritiva e na qual o estado se encontra atualmente.

Em nota, o governo do estado esclareceu que “o livre exercício de culto religioso é garantido constitucionalmente”. Mas, ressaltou que, “considerado o momento de cautela que Minas Gerais enfrenta, é imprescindível que qualquer atividade seja desempenhada com os cuidados necessários para evitar a propagação do vírus, como o uso de máscara, distanciamento social, número restrito de pessoas e medidas de higiene.

“Assim sendo, esclarecemos que, devido ao amparo da Constituição, os cultos religiosos estão permitidos em Minas Gerais, seguindo todas as recomendações acima citadas”, acrescenta.

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