O Cardeal Georges Cottier, Teólogo da Casa Pontifícia, explicou nesta segunda-feira por que a Comunhão inter-confissional –quer dizer, distribuir a Eucaristia a membros de outras confissões– não procede dentro da Igreja.

A elucidação do Cardeal Cottier veio depois que o Bispo do Chur (Suíça), Dom. Amedee Grab, propora uma maior liberdade para distribuir a Comunhão aos protestantes que participam de Missas católicas; um fenômeno comum em algumas regiões da Europa e Estados Unidos.

"Refiro-me às comunidades eclesiásticas que celebram na Santa Missa o memorial do Senhor. No diálogo ecumênico com estas comunidades se nota, e não poucas vezes, uma convergência crescente sobre importantíssimos temas: presença real, caráter de sacrifício do memorial, necessidade da ordenação", indicou Dom Grab.

O Prelado também assinalou que "a participação da Sagrada Comunhão dos batizados não católicos, em casos excepcionais e em determinadas condições, está explicitamente prevista pelo nº 129 do Diretório ecumênico de 1993, que não fala só de admissão mas também de convite, sempre que forem verificadas as condições, entre as quais não fosse computada a pertença à Igreja Católica, esta possibilidade não deveria ser esquecida", disse. E convidou a "tê-la presente no comportamento dos pastores para quem, sem pertencer à Igreja Católica, compartilham a afligida oração de Jesus para a unidade".

Resposta do Card. Cottier

Entretanto, o Cardeal Cottier respondeu, à sua vez, que "se a Igreja tiver formulado diretivas relacionadas com a admissão à Eucaristia dos cristãos não católicos e se rejeita a inter-Comunhão, é porque a Comunhão Eucarística não é um ponto de partida, mas sim expressa e leva a sua perfeição uma comunhão que pressupõe em sua integridade: Comunhão na doutrina dos apóstolos, nos sacramentos e comunhão com o colégio apostólico do qual Pedro é o Chefe".

Esta posição, segundo o Cardeal, "não é compreendida e nossos irmãos protestantes a consideram injustamente dura. É, portanto, um dever fraternal que a Igreja manifeste que não está em seu direito dispor segundo sua vontade do que é um dom recebido do Senhor. Sua atitude é de adoração, de louvor e de obediência".