O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Georg Bätzing, disse em uma coletiva de imprensa, em 25 de fevereiro, que continuará dando a Comunhão aos protestantes que a pedirem.

O Prelado afirmou também que é necessário respeitar “a decisão pessoal em consciência” daqueles que buscam receber a Eucaristia.

A proposta de dar a Comunhão aos Protestantes foi feita pelo Grupo de Estudo Ecumênico de Teólogos Protestantes e Católicos (ÖAK, na sigla em alemão), em um documento intitulado "Juntos à Mesa do Senhor". O OAK redigiu o texto quando era presidido por Dom Bätzing e pelo pastor luterano aposentado Martin Hein.

Ao lhe ser perguntado como responderia se um protestante lhe pedisse para receber a Eucaristia, o Prelado disse aos jornalistas que “não tenho problemas com isso e me vejo alinhado com os documentos papais”.

O também Bispo de Limburg disse que isso já é uma "prática" na Alemanha "todos os domingos" e que os sacerdotes de sua diocese não sofrerão consequências negativas se lhe informarem sobre um caso desses.

"Eu não nego a Santa Comunhão a um protestante que a pedir”, afirmou.

O OAK foi estabelecido em 1946 para fortalecer os laços ecumênicos. É independente da Conferência Episcopal Alemã e da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD), uma organização que agrupa 20 denominações protestantes. O OAK informa ambas as instituições de suas deliberações.

O texto do OAK gerou preocupação no Vaticano, levando a uma intervenção da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), em setembro de 2020.

Em uma carta de quatro páginas enviada a Dom Bätzing, a CDF lembrou as diferenças entre católicos e protestantes sobre a Eucaristia e assinalou que o texto do OAK "não pode servir como um guia para uma decisão individual de se aproximar da Comunhão".

No entanto, após a intervenção do Vaticano, Dom Bätzing reafirmou a sua posição de que a comunhão deveria ser possível para os protestantes.

O Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, também criticou o texto alemão.

Na coletiva de imprensa de 25 de fevereiro, Dom Bätzing expressou sua esperança no "processo sinodal" da Igreja na Alemanha, no qual leigos e bispos debatem quatro temas principais: poder na Igreja, moral sexual, sacerdócio e papel da mulher.

O Bispo fez essas declarações no final da assembleia plenária da primavera, na qual o episcopado alemão elegeu a teóloga Beate Gilles como primeira secretária-geral da Conferência Episcopal.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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