O Cardeal Fernando Filoni, que foi Núncio Apostólico no Iraque entre 2001 e 2006, afirmou que a viagem do Papa Francisco ao país do Oriente Médio ajudará a “dar coragem” à minoria cristã e a encorajá-los a continuar amando a fé.

Em declarações à EWTN, o Cardeal Filoni referiu-se ao encontro que o Papa terá na capital Bagdá com as comunidades católicas caldeia e síria, na Catedral onde há alguns anos foram assassinadas várias pessoas.

“Será uma ocasião para dar entusiasmo, para dar coragem aos cristãos, para lhes dizer: 'por favor, amem a sua fé, estamos com vocês como católicos, como cristãos, estamos unidos’, assim como também para animar outras minorias no norte do Iraque, como os yazidis e shabaks”, por isso concluiu que tem certeza “que será uma mensagem forte para todos”.

O Purpurado, atualmente Grão-Mestre da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, indicou que a viagem, que ocorrerá de 5 a 8 de março, inclui uma visita à Planície de Ur, ligada à memória de Abraão, e que será uma ocasião para fortalecer o diálogo inter-religioso.

Recordou que o Papa Francisco já se encontrou com muçulmanos sunitas -com o Grão-Imã de Al-Azhar no Vaticano e em Abu Dhabi- e agora se encontrará com muçulmanos xiitas, como Ali al-Sistani, por isso que é “uma boa ocasião para ter um diálogo inter-religioso”.

Sobre se é o momento adequado para uma visita apostólica ao Iraque, o Cardeal lembrou que "o Santo Padre manifestou a vontade de ir muitas vezes, mas que infelizmente, por uma razão ou outra, não foi possível até agora".

Indicou que "não existe um momento tranquilo, um momento ideal para ir lá”, e que “a Covid está em todas as partes, a insegurança está em todas as partes”.

Nesse sentido, disse que "quando o Santo Padre foi à República Centro-Africana, muitas pessoas disseram: 'Não vá, não vá, não vá’. E no final, o povo defendeu o Santo Padre na visita pastoral”.

O Cardeal Filoni destacou que tem certeza de que o povo no Iraque “quer a paz” e acrescentou que a “pergunta é, quando alguém compra armas, o que faz com as armas? Se compra armas, significa que, em primeiro lugar, as usará. Se não compra armas, embora esteja em dificuldades, tentará ter um contato, um diálogo, para tentar encontrar uma solução. Falo isso humanamente, mas também politicamente”, concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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