Durante a Congregação Geral da terça-feira à tarde, dois bispos apresentaram propostas formais para recuperar a reverência na Eucaristia: Retornar à comunhão na boca e promover a confissão e o jejum eucarístico com mais intensidade.

Dom. Jan Pawel Lenga, de Karaganda (Cazaquistão), –prelado que sofreu a perseguição soviética– recordou os dias em que a Eucaristia devia ser celebrada às escondidas e lamentou que "entre as inovações litúrgicas no mundo ocidental, há dois que obscurecem em certo modo o aspecto de centralidade e o caráter sagrado da Eucaristia: O desaparecimento do sacrário do centro e a distribuição da comunhão na mão".

A comunhão na mão, disse o Dom. Lenga, "está sendo divulgada e inclusive imposta por comodidade, como se fosse uma espécie de moda". "Eu gostaria de fazer, portanto, com humildade, as seguintes propostas concretas: Que a Santa Sé estabeleça uma norma universal motivada, segundo a qual o modo oficial de receber a comunhão seja na boca e de joelhos; a comunhão na mão deveria reservar-se ao clero", acrescentou o Bispo.

Dom. Lenga assinalou que "os bispos dos lugares onde se introduziu a comunhão na mão, atuem com prudência pastoral e reconduzam gradualmente os fiéis ao rito oficial da comunhão, válido para todas as Igreja locais".

Por sua vez, Dom. Lorenzo Voltolini, Bispo Auxiliar De Portoviejo (Equador), assinalou que "a abstinência da celebração da Missa na sexta-feira de Quaresma deveria ajudar os fiéis a sentir mais fome do alimento eucarístico e aos sacerdotes daria a possibilidade de ficar a disposição dos fiéis que quisessem receber o sacramento da Penitência, estabelecendo entre os dois sacramentos uma relação de igualdade em dignidade e necessidade".

"Muitos fiéis –comentou o Prelado– não se confessam, não só porque não acreditam na eficácia da Confissão ou porque perderam o sentido do pecado, mas simplesmente porque os sacerdotes não têm tempo para confessar, ou porque, sozinhos na paróquia, não podem celebrar a Eucaristia e a Penitência ao mesmo tempo".

"Proponho que se sugira ou ao menos que se permita às dioceses ou às conferências nacionais que peçam que se institua, preferentemente na Quaresma e possivelmente na sexta-feira, o dia do jejum eucarístico, que se viva não só como dia de ausência eucarística, mas sim como preparação e espera da Eucaristia", disse Dom. Voltolini.

"Isto não deveria ser considerado uma interrupção do costume de celebrar a Eucaristia a cada dia, mas um modo para valorizar o mistério pascal de Jesus Cristo, igualmente celebrado na Penitência e na Eucaristia, na totalidade e na complementaridade dos dois sacramentos", concluiu.