O Padre João Paulo Marques, pároco da freguesia de Valongo do Vouga, em Águeda (Portugal), foi denunciado por ter recebido a primeira dose da vacina contra Covid-19 sem integrar lista prioritária; entretanto o sacerdote atende lar de idosos e lhe disseram que só poderia continuar com este serviço se estivesse vacinado.

Segundo o ‘Jornal de Notícias’ a Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros recebeu uma denúncia sobre este caso, bem como de outros, como familiares de enfermeiros ou funcionários do lar que não lidam diretamente com casos de Covid-19, que teriam se vacinado indevidamente.

Pe. João Paulo tem 59 anos e foi vacinado nas instalações do lar de idosos da Fundação da Nossa Senhora da Conceição, onde presta serviço regularmente.

Ao ‘JN’, o presbítero confirmou que recebeu a primeira dose da vacina e pontuou: “Mas dou a minha vacina a quem quiser fazer o meu trabalho. A instituição disse-me que eu não podia entrar lá se não fosse vacinado, por isso é que aceitei”.

O sacerdote explicou ainda que, embora a instituição não esteja ligada à sua paróquia, presta serviços “de forma totalmente gratuita”, sempre que é chamado, o que ocorre regularmente, “podem ser duas, três ou quatro vezes por semana”.

“Rezo Missas, converso com os velhos, confesso-os. Sempre que um velho me chama, eu vou. Quer a essa instituição, quer a outras. E nunca me recusei a fazê-lo, mesmo quando há lá dentro pessoas infectadas com Covid-19”, declarou.

Além do lar de idosos da Fundação da Nossa Senhora da Conceição, o sacerdote também presta serviços a outas instituições de idosos, crianças, bem como visita frequentemente a casa das pessoas que o chamam, sobretudo as de idade mais avançada.

Por outro lado, sublinhou que não recebeu a vacina de forma escondida. “Enviaram-me os papéis, que preenchi, a dizer direitinho quem sou. Não houve uma autoridade que os lesse e dissesse que eu não podia tomar a vacina?”, questionou.

Ressaltou ainda que "nunca foi tão importante a presença de um padre junto dos mais idosos, muitos deles sem verem as famílias há muitos meses”.

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