Um anúncio pró-vida em um ônibus na Gran Sudbury (Canadá) gerou reclamações entre os defensores do aborto, pois o consideraram “ofensivo” e constrangedor para as mulheres que decidiram acabar com a vida dos seus bebês.

A publicidade que pertence ao grupo pró-vida Subdury Right to Life e mostra a frase "pegue a minha mão, não minha vida" junto à imagem de um bebê, se tornou viral pela publicação de Brittany Tate, usuária de redes sociais.

Em sua mensagem, Tate indicou que está decepcionada com o sistema de transporte da cidade por permitir que tais mensagens sejam anunciadas em ônibus públicos e ressaltou que essa publicidade envergonha “as mulheres (eu poderia acrescentar, mulheres de diferentes situações, ambientes, origens, etc.) devido a abortos”.

“Considero absolutamente inapropriado e de mau gosto que a cidade tenha permitido que isso acontecesse”, acrescentou.

Tate assinalou que os anúncios deste tipo devem ser removidos, pois vão contra a "Lei de Proteção do Direito da Mulher ao Acesso aos Serviços de Aborto", que proíbe "informar uma pessoa sobre assuntos relacionados aos serviços de aborto, por qualquer meio, inclusive oral, escrito ou gráfico nas zonas específicas de acesso”.

“Como esse anúncio está publicado no ônibus da linha principal que passa em frente ao hospital (bem em frente ao pronto-socorro e à entrada principal), e o hospital é uma zona de acesso para abortos, não é ilegal?”, questionou.

Diante do processo, os responsáveis pela empresa de ônibus indicaram ao site Sudbury.com que "estão de mãos atadas quando se trata de quais anúncios devem ser aceitos ou rejeitados” e assinalaram que “não apoia nenhum grupo ou mensagem particular que se encontre na publicidade em seus bens”.

Segundo a Carta Canadense de Direitos e Liberdades, a cidade não pode rejeitar ou remover publicidade, desde que o conteúdo da publicidade esteja em conformidade com o Código de Padrões de Publicidade. Os moradores que estiverem preocupados com um anúncio têm o direito de entrar em contato com a Advertising Standards Canada para registrar uma reclamação”, acrescentaram.

Além disso, destacaram que “em termos de veiculação publicitária, não se pode garantir onde aparecerá um anúncio em um ônibus de transporte público”.

“Os veículos não estão designados para uma rota exclusiva, o que significa que um ônibus pode aparecer em várias partes da cidade em rotas regulares”, destacaram.

Esta não é a primeira vez que desejam eliminar uma publicação pró-vida no Canadá. Em 2019, uma publicidade foi retirada após reclamações de ativistas pró-aborto e a decisão de um conselho que determina os padrões de publicidade no país.

O anúncio, localizado nas margens da estrada na cidade de West Kelowna, dizia “nosso direito à vida não depende do lugar” e mostrava a imagem de uma mulher adulta segurando um bebê e outra mulher em uma etapa avançada da gravidez.

O aborto é legal no Canadá durante toda a gravidez por qualquer motivo. Este é um dos poucos países que não tem restrições legais ao aborto.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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