Grupos abortistas e do lobby LGBT nos Estados Unidos aplaudiram a confirmação do novo Secretário de Estado, Anthony Blinken, que ocupará esse cargo no governo Joe Biden.

Blinken foi nomeado por Biden e confirmado pelo Senado na terça-feira, 26 de janeiro, por uma votação de 67 a 22. O novo secretário de Estado foi subsecretário no governo Barack Obama entre 2015 e 2017.

A organização Planned Parenthood Global indicou em um comunicado que espera que o novo Secretário de Estado "apoie os SRHRs [saúde sexual e direitos reprodutivos] na política internacional".

O termo "saúde sexual e direitos reprodutivos" é usado pelo Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos para se referir a várias áreas, incluindo aborto, contracepção e ideologia de gênero.

“Estamos prontos para trabalhar juntos e promover a saúde global e os direitos humanos”, acrescentou.

Alexis McGill Johnson, presidente e CEO da Planned Parenthood Federation of America, indicou que sua organização trabalhará com Blinken "nos próximos dias, semanas e anos para promover a saúde sexual e reprodutiva e esses direitos em todo o mundo!".

A instituição Human Rights Campaign também saudou a nomeação do novo Secretário de Estado. “Anthony Blinken garantirá os direitos das pessoas LGBTQ [lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer] de toda condição, para que sejam mais uma vez uma prioridade na política internacional dos Estados Unidos, e que quando as pessoas LGBTQ no exterior se vejam ameaçadas, saibam que têm o Departamento de Estado como aliado”, indicou o grupo.

Na semana passada, durante as sessões de confirmação perante o Comitê de Relações Exteriores do Senado, Blinken disse que permitirá que as embaixadas pendurem as bandeiras arco-íris do "orgulho" e que nomearia um enviado especial para assuntos LGBT.

Planned Parenthood Global disse na terça-feira que antecipa uma "liderança forte" com Blinken no Departamento de Estado, "incluindo a retificação dos danos com a #GlobalGagRule". A "Global Gag Rule" ou "Lei de Mordaça Global" é um termo usado pelos grupos abortistas para se referir à política da Cidade do México, que proíbe o uso de fundos federais para promover o aborto fora dos Estados Unidos.

O Governo Biden rejeitará a política da Cidade do México nos "próximos dias", prometeu o conselheiro da Casa Branca, Dr. Anthony Fauci, a um grupo de funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) na quinta-feira, 21 de janeiro.

“Será nossa política apoiar a saúde sexual e reprodutiva de meninas e mulheres, assim como os direitos reprodutivos nos Estados Unidos, e também globalmente”, disse o médico.

A International Planned Parenthood Federation (IPPF) foi um dos grupos que se manifestaram contra essa política em 2017, alegando que perderia cerca de 100 milhões de dólares em financiamento por serviços não relacionados ao aborto.

Nas sessões de confirmação da semana passada, Blinken também disse acreditar que a China está cometendo "genocídio" contra os uigures e outros grupos étnicos minoritários na província de Xinjiang, um julgamento semelhante ao do ex-secretário de Estado Mike Pompeo.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Confira também: