O Núncio Apostólico nas Nações Unidas, Dom. Celestino Migliore, afirmou que a humanidade "merece estar livre da ameaça da própria destruição", aos representantes do mundo na sede da ONU.

Na manhã de hoje, perante o Comitê de Desarmamento e Segurança da ONU, Dom. Migliore assinalou que "durante os últimos meses, a comunidade internacional esperava que os assuntos de desarmamento e a não-proliferação fossem tratados pelos líderes do mundo que vieram à cúpula pelo 60º aniversário das Nações Unidas".

"De fato o rascunho do documento chamava a ‘continuar e intensificar as negociações com vista a avançar no desarmamento geral e a fortalecer o regime de não-proliferação’. Animava a fortalecer o tratado de não-proliferação nuclear e as convenções sobre armas biológicas e químicas. Foram sugeridos alguns passos específicos, mas isto não apareceu no documento final", acrescentou o Prelado.

"Embora a Convenção para a Supressão de Atos de Terrorismo Nuclear –prosseguiu o Núncio à ONU– tenha sido um passo importante para a redução do risco do terrorismo nuclear, ainda é lamentável que a conferência de revisão sobre a não-proliferação em maio tenha terminado sem uma decisão importante. As armas nucleares estão se tornando um aspecto permanente das doutrinas militares, e viu-se um alarmante aumento de 20 por cento durante os últimos anos".

O Cardeal lembrou que "a Santa Sé volta a enfocar-se na importância do controle de armas e o desarmamento, que são pilares fundamentais para a arquitetura da paz". "Todos os membros das Nações Unidas têm o dever de trabalhar nos elementos técnicos, políticos e legais que se encontram na pauta do desarmamento", acrescentou Dom. Migliore. "Este dever –prosseguiu– se torna mais relevante já que todos sabemos que a segurança de todos está relacionada com o desarmamento. Devemos ressaltar os benefícios econômicos que trazem as medidas do desarmamento. As alternativas de desenvolvimento ao militarismo, devem ser uma tarefa constante para este Comitê.

Para o Prelado, o Comitê de Desarmamento deve procurar também "erradicar, local, nacional, regional e globalmente as armas leves e de pequeno porte. Assim poderemos avançar na construção da paz e na segurança humana".

"As importantes contribuições feitas pela sociedade civil devem ser reconhecidas pelos governos. Expandir o trabalho conjunto entre governo e sociedade civil fortaleceria os esforços para obter o desarmamento", precisou.