Dom Tadeusz Kondrusiewicz, Arcebispo de Moscou (Federação Russa), assinalou durante sua intervenção no Sínodo dos bispos que a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II precisa ser “reformada” mediante um novo documento para corrigir  não poucos abusos na celebração da Eucaristia.

Falando em italiano, o Arcebispo russo assinalou que “a reforma litúrgica permitiu uma participação mais consciente, ativa e fecunda dos fiéis na Eucaristia”.

“Entretanto, com os aspectos positivos, esta trouxe também alguns negativos”.

“A insuficiente disciplina e consciência litúrgica na celebração da Eucaristia influi negativamente inclusive nas relações ecumênicas”, disse o Prelado; porque “a violação das normas litúrgicas escurece a fé e a doutrina da Igreja sobre a Eucaristia  e leva a traição da norma ‘Lex orandi - Lex credendi’ (‘Acreditam o que oramos’)”.

“A  Eucaristia –adicionou- encontra-se no coração da fé cristã, que sofre sobre tudo pela corrupção da Eucaristia. O Papa Bento XVI faz um chamado à devoção eucarística e à expressão valente e clara da fé na presença real do Senhor, sobre tudo em sua solenidade e correção”.

“Portanto –adicionou o Arcebispo russo-, é necessário aceitar o fato de que a Liturgia tem um caráter ‘estabelecido desde o alto e não libertário’, que por sua essência é ‘incorruptível’”.

“A alteração da vida litúrgica exige que se aprove um novo documento doutrinal que destaque a observância das normas litúrgicas”; porque “Cristo não deve sofrer por causa dos abusos na celebração da Eucaristia, que sempre deve ser acolhida e vivida pelos fiéis como ‘sacrum’, como renovação misteriosa do Sacrifício de Cristo, como Sua energia salvífica que transforma ao homem e ao mundo, como fortalecimento da fé e fonte de moralidade”, concluiu.