Através de um comunicado, o Secretariado Diocesano de Migrações do Bispado de Cádiz e Ceuta, expressou "sua mais profunda consternação e pesar" pela morte de quatro imigrantes marroquinos na tentativa de pular a grade que separa Marrocos da cidade espanhola de Ceuta.

A imprensa local informou que na madrugada de 29 de setembro 500 imigrantes marroquinos invadiram o muro de separação a fim de entrar em território espanhol. Segundo as informações, o saldo é de quatro mortos e vários feridos, devido aos disparos vindos do lado marroquino. Este episódio é registrado dias após ocorrer em Melilla um fato similar.

Diante disso, o Bispado pediu refletir sobre estes acontecimentos que são conseqüência da pressão migratória que nasce dos grandes problemas de injustiça, desigualdade, pobreza e graves doenças que estão ocorrendo em muitos destes países africanos".

O comunicado indica que embora "as migrações não sejam o instrumento adequado para responder a estes graves problemas", é compreensível que muitos cidadãos queiram empreender este êxodo "para melhorar sua situação e a de suas famílias".

Por isso, assinala, "a Diocese de Cádiz e Ceuta (...) reitera sua decidida vontade de colaboração e seu compromisso de serviço na construção de uma sociedade fraterna e justa onde os imigrantes possam integrar-se dignamente".

Entretanto, explica que para solucionar estes problemas se requer "o compromisso de sociedades democráticas nos países de origem e de uma política decidida e eficaz de cooperação por parte do Ocidente e dos países da União Européia".

"A União Européia deveria contemplar todas estas situações e dar uma resposta digna e justa em coordenação com os diferentes países de origem", afirmou o Bispado.

Finalmente, convida "a todos os cristãos a elevar preces a Deus por estes irmãos falecidos" e para que se encontrem "caminhos de justiça, fraternidade e paz".

"A vida de cada pessoa humana é sagrada e não há nada que possa justificar estas lamentáveis perdas de seres humanos", expressou o comunicado.