O Papa Francisco advertiu que nenhuma lei pode ser legítima se “o que geram é mais perda de direitos, indignidade ou violência".

Assim indicou o Santo Padre em uma mensagem de vídeo dirigida aos participantes de um Encontro virtual dos Juízes membros do Comitê para os Direitos Sociais da África e da América, com o tema: “A construção da justiça social. Rumo à plena aplicação dos direitos fundamentais das pessoas em condições de vulnerabilidade”.

“Nenhuma sentença pode ser justa, nenhuma lei é legítima se o que geram é mais desigualdade, se o que geram é mais perda de direitos, indignidade ou violência”, destacou o Papa.

Nesse sentido, o Santo Padre lembrou aos juízes a importância de que “estejam cientes de que tudo o que contribuírem com sua retidão e compromisso é muito importante”, porque “a justiça é verdadeiramente justa” quando “faz os países felizes e seus habitantes dignos”.

Além disso, o Papa assinalou que “em um momento tão crítico para toda a humanidade, o fato de mulheres e homens que trabalham pela justiça se unirem para pensar em seu trabalho e em construir a nova justiça social é, sem dúvida, uma excelente notícia".

Por isso, o Pontífice pediu aos juízes que tenham presente que uma quantidade de pessoas “cada vez mais numerosa tem a sua dignidade desconhecida e seus direitos humanos mais fundamentais ignorados e violados”.

Nesse sentido, o Santo Padre indicou que a justiça, assim como o bem e o amor, “é uma tarefa que deve ser conquistada todos os dias, porque o desequilíbrio é uma tentação em cada momento. Portanto, cada dia é uma conquista”.

Desta forma, o Papa sugeriu a parábola do Bom Samaritano para se comprometer e “não se desinteressar pelos outros, especialmente pelos mais fracos”.

“Temos que assumir que nos acostumamos a desviar, a ignorar as situações até que nos acertem diretamente. O compromisso incondicional é assumir a dor do outro, e não deslizar para uma cultura de indiferença. Essa coisa tão comum de olhar para o outro lado", afirmou.

Neste sentido, o Santo Padre exortou os juízes a que, “ao repensar sobre a ideia de justiça social, o façam demonstrando-se solidários e justos. Solidários, lutando contra as causas estruturais da pobreza, da desigualdade, da falta de trabalho, de terra e de moradia”. E acrescentou: “não esqueçam que a solidariedade, no seu sentido mais profundo é um modo de fazer história”.

Por último, o Papa encorajou os juízes para que “tudo o que construam sobre a justiça social seja mais do que uma mera teoria, mas uma nova e urgente prática judicial, que leve a que a humanidade possa, em um futuro bem próximo, integrar-se na plenitude e na paz”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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