No domingo, 29 de novembro, entrou em vigor na Itália a nova edição do Missal Romano traduzido para o italiano. No entanto, seu uso nas Missas das dioceses italianas não será obrigatório até o próximo dia 4 de abril de 2021, Páscoa de Ressurreição.

O novo Missal apresenta uma série de modificações que buscam tornar o texto mais fiel ao texto original em latim.

São modificações que respondem à necessidade de dar ao texto italiano "maior fidelidade ao texto latino, para que o sentido original não seja alterado", segundo explicou Dom Claudio Maniago, presidente da Comissão da Conferência Episcopal Italiana para a Liturgia, à ACI Stampa, agência em italiano do Grupo ACI.

Dom Maniago destacou que “não se trata de um novo missal, nem, portanto, uma nova celebração Eucarística. Pelo contrário, é uma nova edição do Missal surgido da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II”.

Portanto, em geral, “a Missa permanece inalterada enquanto, entre as novidades mais relevantes, se encontra uma tradução mais fiel e melhorada e novos textos traduzidos, pensados ​​e compostos na língua italiana”.

Também explica que "a maioria das mudanças foram feitas nos textos que o sacerdote pronuncia, ao mesmo tempo em que se colocou uma atenção especial para não modificar as respostas dos fiéis, exceto em alguns casos esporádicos, mas significativos”.

Em concreto, há duas mudanças importantes no Glória e no Pai-Nosso para conseguir uma tradução italiana mais fiel ao texto original.

Até agora, na versão italiana do Pai-Nosso se dizia: "non indurci in tentazione". A partir de agora será: "non abbandonarci alla tentazione".

Desta forma, “expressa-se melhor o rosto paternal de Deus, a quem nos dirigimos”, afirmou Dom Maniago.

A renovação do Missal não se refere apenas ao conteúdo, mas também ao design. Altera o tipo de fonte, o tipo de papel e as imagens que ilustram o texto, entre outros elementos.

Sobre a recepção do novo Missal entre os fiéis, para Dom Maniago “os fiéis acolherão esta nova edição do Missal com grande disponibilidade e responsabilidade porque, começando pelo sacerdote, há a consciência de que o Missal não é um livro como os outros, mas um texto que salvaguarda a obediência da Igreja ao Senhor, que pediu para celebrar em sua memória. É o texto que regulamenta todas as Missas para que sejam fiéis a esta tradição”.

O presidente da Comissão da Conferência Episcopal Italiana para a Liturgia explicou a importância do Missal na necessidade de sensibilizar os fiéis para a importância da liturgia na vida da fé.

“Muitas vezes”, lamentou, “os fiéis, a começar pelos sacerdotes, experimentam uma certa rejeição aos ritos, considerando-os vazios de significado e ricos apenas em aparência exterior. Se assim fosse, todos nós ficaríamos incomodados com essa hipocrisia como incomodou o Senhor”.

Pelo contrário, explicou, “um rito é uma expressão comunicativa muito útil para participar daquela experiência que a palavra em si mesma não pode transmitir. A liturgia é um conjunto de ritos que deve envolver a experiência salvífica da Páscoa, combina harmoniosamente diferentes formas de linguagem: palavras, cantos, gestos, silêncios, movimentos do corpo, cores...”.

“O rito não é apenas um conjunto de palavras que se diz, pelo contrário, tem por natureza uma variedade de registros de comunicação que permite olhar a implicação do conjunto da pessoa”.

Neste contexto, “o Missal se torna agora um instrumento indispensável porque não é um texto que contém apenas uma seleção de textos, mas é também o livro que indica gestos a serem realizados envolvendo vários ministros e toda a assembleia”.

“O Missal guia uma harmonia de gestos e palavras com os quais todos os fiéis da assembleia se envolvem na experiência de paz e misericórdia da Páscoa de Jesus”.

Também destacou o fato de que “a publicação desta nova edição do Missal italiano ocorra em um período muito particular de provação, não só para a nossa nação, mas também para o mundo inteiro. Um período em que fomos obrigados a repensar o que é essencial na nossa vida”.

“Também para a Igreja foi um período no qual, cessando ou reduzindo todas as atividades pastorais, paramos para considerar o que é fundamental, isto é, o que realmente conta para ser luz no mundo e sal da terra, como o Senhor queria”.

Por fim, ressaltou que se percebeu principalmente que “a celebração da Eucaristia é realmente o cume e fonte de toda a vida e missão das comunidades cristãs que são chamadas a viver e a transmitir a mensagem de esperança e de paz do Evangelho de geração em geração”.

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Publicado originalmente em ACI Stampa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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