MADRI, 22 de set de 2005 às 19:26
A poucos dias de que o Parlamento catalão debata o projeto de reforma do Estatuto de Cataluña, associações familiares, profissionais e pro-vida criticaram duramente o texto em questão por promover o aborto livre e a ideologia de gênero, ignorar importantes políticas familiares e vulnerar a liberdade religiosa e de educação.
Os críticos coincidem na inconstitucionalidade do projeto e sua oposição à legislação da União Européia.
A presidenta da Federação Espanhola de Associações Pro-vida, Dolores Voltas, assinalou que o artigo 40.5 do texto "é um artifício" porque o "conceito de saúde reprodutiva e sexual" inclui o aborto. Depois de assentir com o texto que "a livre decisão da mulher deve ser determinante”, Voltas precisou, "sempre que não haja danos a terceiros", como é o caso do aborto.
Respeito disso, críticas semelhantesrecebeu o texto estatutário por parte da Associação de Profissionais pela Ética de Cataluña (PPE-Catalunya). O advogado e membro da associação, Francesc Pintado, denunciou que "faz referências explícitas" e "abre a porta" ao "aborto livre” e assinalou que a Generalitat de Cataluña "não lhe cabe o tema do aborto", porque é um tema próprio do Código Penal.
De opinião similar é o secretário do Grupo de Entidades Familiares de Cataluña, Juan Zallas, quem lamentou que no projeto de Estatuto "dá-se uma possibilidade clara sem inconvenientes para que se possa praticar o aborto" como um "método de planificação familiar".
Com respeito ao direito à educação, o presidente da associação E-Cristians, Josep Miró i Ardvol, explicou que o Estatuto “aposta porque a escola pública seja leiga", procurando assim "excluir o fato religioso da escola contra o que define a Constituição espanhola".
Miró i Ardvol defendeu o "direito dos pais para escolher o modelo de educação de seus filhos de acordo com suas crenças religiosas".
Por sua vez, o secretário geral da Associação de Famílias Numerosas do Cataluña (FANOC), Raúl Sánchez, disse que o projeto "não faz referência às políticas familiares", ignorando “o amparo às famílias numerosas e, em geral, a situação das famílias com filhos".