A Conferência Episcopal Peruana (CEP) exigiu ao Ministério de Saúde (MINSA)  ser transparente e mostrar a informação científica internacional que não descartou o potencial efeito abortivo da pílula do dia seguinte. Além disso, denunciou a discriminação contra os católicos que participam do debate público.

Em um comunicado emitido pelo Conselho Permanente da CEP, os prelados advertiram que as autoridades de saúde incorrem em um engano ao assegurar que o debate científico está fechado, quando a comunidade científica internacional não descartou o mecanismo ant-implantatório que converteria ao fármaco em um abortivo.

Os bispos assinalaram que uma revisão dos estudos científicos atuais mostra que o efeito anti-mplantatório não se descartou mas pelo contrário formaria parte da eficácia da erradamente chamada anticoncepção oral de emergência (AOE).

Questionaram que o MINSA dê a conhecer só sete estudos científicos para justificar a distribuição e venda da pílula em um país onde o aborto é ilegal, interpretando tendenciosamente as conclusões dos mesmos e esquecendo-se que as decisões que envolvem à cidadania devem ser tomadas com objetividade e transparência.

“Somos testemunhas de que de uma maneira reiterada e sistemática se vem ocultando informação científica crucial, ignorando estudos sérios que atribuem o terceiro efeito ant-implantatório ao Levonorgestrel, principal componente da pastilha”, anotaram.

Os bispos recordaram que o Comitê de Bioética da CEP alcançou ao MINSA um informe onde se analisam os sete estudos citados pela Ministra e outros 16 de maior rigorosidade que são ignorados.

“Rechaçamos por discriminatórias as afirmações que qualificam às pessoas que professam convicções religiosas como opostas à ciência. No caso da AOE, quem o afirma são precisamente os que se fecham a considerar todos os dados que atualmente nos oferece a investigação científica”, indicaram.

Também reiteraram que “em cumprimento da função de serviço para a qual foram eleitos como autoridades, deve-se deixar de lado interesses ou pressões de grupo que levem a não mostrar toda a informação que a cidadania em seu conjunto tem direito a conhecer”.