O Secretário para as Relações da Santa Sé com os Estados, Dom Giovanni Lajolo, criticou a tendência à exclusão dos cristãos da vida pública e cultural da Europa.

“Quatro quintos dos cidadãos da União Européia são cristãos, entretanto, estão insuficientemente representados nos grêmios políticos, médios e instituições culturais.

Freqüentemente, os cristãos são excluídos, como se não encaixassem em uma cultura ‘moderna’ e secularizada, ou como se suas convicções de fé não fossem ‘politicamente corretas’”, assinalou o Arcebispo.

Dom Lajolo fez esta crítica ao dissertar sobre “O papel da Igreja e dos cristãos no futuro da Europa” na Conferência internacional da Pontifícia Academia de Teologia, que se celebrou o passado fim de semana na Cracóvia, Polônia.

Conforme informou Rádio Vaticano, Dom Lajolo destacou a presença da Igreja como instituição e os cristãos como cidadãos na Europa, e considerou que "seria um engano e uma falsificação política, que a Europa negue este fato ou tratasse de deixá-lo de lado” como se “reducisse o fenômeno ‘Igreja’ e o fenômeno ‘cristãos’ a um simples aspecto interno da existência humana, como se fosse algo que pertence apenas ao foro interno e privado de cada um, e não fosse verdadeiramente importante para a política e a vida pública”.

Sobre a contribuição específica da Igreja e os cristãos na Europa, o Arcebispo recordou que “a Igreja é ‘coluna et firmamentum veritatis’. Defensora da razão humana capaz de alcançar, não só verdades matemática ou científicas, mas também as verdades últimas sobre o ser humano, aquelas que podem manifestar o sentido decisivo de nossa condição humana e permitem portanto, as grandes orientações do espírito”.

Do mesmo modo, reiterou que a Igreja é comunhão da caridade e “um fator de unidade entre as nações”, pois nela se leva a cabo a unidade na diversidade das partes e se reflete a variedade dos povos, idiomas, costumes e tradições.

Dom Lajolo sublinhou o papel da Igreja na tutela da família, o ensino e a sanidade. “Na sociedade pluralista e ideologicamente variada de nossos dias é necessário que os cristãos saibam unir suas forças com as de todas as pessoas de boa vontade, em busca de uma Europa que esteja à altura da herança espiritual que nossos pais nos deixaram. Aquela a Europa que desejaram intensamente as grandes figura do século XX”, indicou.