A Cáritas Sudão do Sul, o braço humanitário e de desenvolvimento dos bispos católicos no país da África Oriental, entregou sementes e ferramentas agrícolas a mais de 900 famílias da diocese de Yei para melhorar os meios de subsistência e contribuir para o crescimento econômico do país.

Angelo Diuk, coordenador de emergências da Cáritas na diocese de Yei, disse à Radio Easter, uma das rádios da Rede de Rádio Católica (CRN) no Sudão do Sul, que a ajuda foi destinada a cerca de 1.960 agricultores no território.

"Recebemos essas sementes em fevereiro e queríamos distribuí-las imediatamente em março para a primeira temporada de cultivo, mas infelizmente o problema da COVID-19 veio e interrompeu nossas atividades", disse Diuk no relatório da quarta-feira, 3 de junho.

Segundo o funcionário, a entidade da Igreja que ele coordena busca velar pelos deslocados internos na Diocese de Yei, apoiando-os a plantar as sementes que lhes são úteis.

"Estamos pedindo aos deslocados internos que façam uso das parcelas que lhes foram atribuídas e que usem essas sementes adequadamente para seu próprio benefício e (para o) benefício de suas famílias", disse.

O funcionário assegurou que a contribuição de sementes e ferramentas se destina a fomentar a contribuição do setor agrícola e rural para o crescimento e a equidade.

A Cáritas Sudão do Sul se associou com outras agências da Cáritas para fornecer suprimentos de emergência aos atingidos pela fome na nação mais jovem do mundo, onde milhões de pessoas enfrentam uma fome intensa.

A extrema escassez de alimentos ocorreu como resultado de distúrbios civis e secas. Na Diocese de Yei, uma das sete dioceses católicas do país, centenas de pessoas foram expulsas de suas casas pela violência, e a inflação contribuiu para o aumento vertiginoso dos preços dos alimentos.

Ao receber as sementes e as ferramentas agrícolas, o subchefe Henry Lotiyu expressou sua alegria pela liderança da Cáritas no Sudão do Sul. "Estou muito feliz com as coisas que foram distribuídas para nós aqui e nas áreas de deslocados internos", disse.

Enquanto isso, o Arcebispo de Juba, Dom Stephen Ameyu, pediu às agências católicas e aos fiéis que apoiem financeiramente e materialmente as paróquias para atender às necessidades e cuidados pastorais.

“Estou ciente de que o fechamento dos cultos públicos terá um impacto sobre a renda da paróquia e da capela. Encorajo nossos fiéis a continuarem contribuindo financeira e materialmente, na medida do possível, para apoiar o funcionamento das paróquias”, disse Dom Ameyu em sua mensagem pastoral na terça-feira, 2 de junho.

Ele também pediu ajuda às "agências católicas, doadores, sócios internacionais e locais para apoiar nosso povo com necessidades básicas de subsistência, para que se salvem das mortes relacionadas ao coronavírus e à fome".

O Arcebispo de Juba, que também atua como administrador da diocese de Torit no Sudão do Sul, incentivou os apoiadores a mostrar e praticar o amor mútuo “porque este é o momento de mostrar solidariedade, especialmente com aqueles que perderam seus entes queridos, aqueles que combatem o vírus, os mais vulneráveis ​​e os que estão mais em risco”.

Com o aumento dos casos e mortes de COVID-19 na capital do país, o Arcebispo do Sudão do Sul pediu uma ação urgente da liderança política, dos cidadãos e do povo de Deus.

"Peço ao governo que não relaxe facilmente as restrições e que continue regulando os sistemas e movimentos de transporte, mercados, atividades econômicas e que faça cumprir as diretrizes para ajudar a frear e eventualmente impedir a rápida disseminação do vírus", apelou Dom Ameyu.

Na sexta-feira, 5 de junho, o Sudão do Sul registrou pelo menos 1.640 casos de COVID-19, 14 mortes relacionadas e seis recuperações da doença.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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