O Papa Francisco rezou na Missa da Casa Santa Marta por todas as pessoas inocentes que "sofrem uma sentença injusta".

“Nestes dias de Quaresma vimos a perseguição que Jesus sofreu e como os doutores da Lei se acirraram contra Ele: foi julgado sob acirramento, com acirramento, sendo inocente. Gostaria de rezar hoje por todas as pessoas que sofrem uma sentença injusta por acirramento”, indicou o Santo Padre nesta terça-feira, 7 de abril.

O Pontífice mencionou essa intenção de oração no início da Eucaristia matutina que celebra diariamente e horas depois do Supremo Tribunal da Austrália ter anulado, nesta terça-feira pela manhã (hora local), a condenação do Cardeal Pell, após mais de 13 meses de prisão, por cinco supostas acusações de abusos sexuais.

Após esse anúncio, a Arquidiocese de Sydney divulgou uma declaração do Cardeal Pell na qual agradeceu "por todas as orações e milhares de cartas" que recebeu durante esse período, assim como também insistiu que "sempre mantive minha inocência enquanto sofria uma grave injustiça".

O Cardeal George Pell, de 78 anos, e ex-prefeito da Secretaria para a Economia do Vaticano, havia sido condenado por cinco acusações de abusos sexuais contra dois meninos coroinhas quando era Arcebispo de Melbourne, em 1996 e 1997.

A sentença, emitida em 11 de dezembro de 2018, considerou comprovados os acontecimentos que, segundo as denúncias, teriam ocorrido após a Missa de domingo.

A sentença condenou o Cardeal a 6 anos de prisão, dos quais deveria cumprir pelo menos 3 anos e 8 meses antes de poder solicitar a liberdade condicional.

Em 29 de junho de 2017, o Cardeal George Pell anunciou sua renúncia como Prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé e anunciou que estava voltando à Austrália para enfrentar as acusações.

Em uma coletiva de imprensa realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal afirmou que "rechaço fortemente essas acusações".

Nesse sentido, o Cardeal afirmou firmemente que as acusações eram "falsas" e explicou que em 2017 informou ao Papa Francisco sobre tudo em relação à sua situação.

Por fim, o Cardeal Pell alertou que havia sido condenado pela mídia antes mesmo do início do julgamento.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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