MADRI, 7 de set de 2005 às 11:22
O Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio María Rouco Varela, afirmou que “Colônia é atual” porque o que se viveu, sobre tudo entre os europeus “é de tal profundidade que não passou sua atualidade nem sua capacidade de transformação das almas e das vidas”.
Em entrevista concedida à emissora espanhola COPE, o Cardeal assinalou que este acontecimento “deixou um rastro que marcará o futuro, não só da pastoral juvenil da Igreja nos próximos anos, mas também, do caminho de toda a Igreja em seu trabalho de evangelização”.
Para o Cardeal, “o Papa assumiu a Jornada Mundial da Juventude como algo muito próprio de João Paulo II”. “João Paulo II tinha fixado o lema: ‘Viemos adorá-lo’, um lema que estava determinado pelo lugar no que ia se celebrar, lá onde se conservam as relíquias dos Reis Magos”, acrescentou.
“Mas, a sua vez –prosseguiu– a Jornada foi muito dele, muito de Bento XVI. Conferiu-lhe uma nota pessoal que a encheu de riqueza espiritual e pastoral para todos os que participamos dela, sobre tudo para os jovens e, de uma maneira muito especial, para a Europa e para a Alemanha, que durante esses dias foi o coração da Europa. Desde este ponto de vista, Bento XVI lhe deu uma nota muito profunda de aproximação e, na medida em que ofereceu a grande resposta cristã aos problemas e às ânsias dos jovens deste tempo, em especial dos europeus. O fez, além disso, de uma maneira genial”.
Respeito à mensagem do Papa Bento XVI aos jovens em Colônia, o Arcebispo de Madri indicou que se alguém o ler, logo depois de ter vivido o acontecimento, “descobre que há uma linha que o conduz tudo. Esta linha vem dada, certamente, pelo lema ’Viemos adorá-lo’, mas também é por isso que Bento XVI chama o ‘estado espiritual’ da juventude e do mundo, sobre tudo da Europa. Um estado ansioso da luz de Deus, que busca, sem sabê-lo muitas vezes, a resposta que só pode vir de Deus. Um Deus que se fez próximo, que se fez ‘Emmanuel’, Deus conosco; que se fez menino, a quem é preciso adorar, para que possamos encontrar a resposta aos grandes problemas da vida pessoal, e da sociedade”. “Desde esse ponto de vista, acredito que os jovens receberam uma mensagem extraordinariamente viva e atual, e não só os jovens, mas também a Igreja toda, e também toda a sociedade do nosso mundo”, adicionou .
Para o Cardeal, esta JMJ “tem uma força de evangelização de primeira ordem, sobre tudo respeito ao presente dos jovens, e ao futuro da humanidade. Mas, sobre tudo, tem um significado muito importante para a Europa e, em especial, para a Alemanha; não terá que esquecer que a Alemanha é um país no qual a terceira parte de seus habitantes não estão batizados, outra terceira parte são protestantes, e outra terceira parte são católicos”.
“De algum modo –continua o Cardeal– a presença de Deus, a notícia de Cristo, perdeu-se na formação e na vida de muitas famílias, de muitos jovens e de muitos meninos”. Por essa razão, o que se viveu em Colônia é esperanzador, “com a presença de muitos bispos e de um grande número de sacerdotes –10 mil, quase todos jovens–, com uma significativa representação do colégio cardenalício, essa atitude de ir ao berço do Presépio para adorar ao Senhor,
“Que nessa Europa se voltasse a afirmar a necessidade de procurar a estrela e deixar-se guiar por ela até chegar a Cristo –tê-lo feito vivo e vivido no sacramento da Eucaristia, na adoração ao Senhor sacramentado na noite da Vigília, e logo nessa Eucaristia de transformação interior através da comunhão com o corpo e o sangue de Cristo–, acredito eu que deixou e vai deixar um rastro profundo no contexto atual, espiritual, social e histórico da Europa e do mundo neste ano